Relatório da OMS revela retrocessos nos gastos com Saúde
Uma mãe leva seu filho para um exame de sangue em uma unidade de saúde para mulheres e crianças no campo de IDP Abu Shouk, em Darfur do Norte. Em 2003, um conflito eclodiu em Darfur e forçou milhões de pessoas a fugir de suas casas | Foto de Lindsay Mackenzie para OMS
Uma mãe leva seu filho para um exame de sangue em uma unidade de saúde para mulheres e crianças no campo de IDP Abu Shouk, em Darfur do Norte. Em 2003, um conflito eclodiu em Darfur e forçou milhões de pessoas a fugir de suas casas | Foto de Lindsay Mackenzie para OMS

Relatório da OMS revela retrocessos nos gastos com Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou seu Relatório Global de Despesas com Saúde de 2024, destacando uma preocupante queda nos gastos governamentais com saúde em 2022, em comparação a 2021.

Após um aumento significativo nos primeiros anos da pandemia de COVID-19, essa redução contrasta com a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde globalmente.

O IMPACTO DA PANDEMIA NO FINANCIAMENTO DA SAÚDE

Intitulado Despesas globais com saúde emergindo da pandemia, o relatório foi divulgado em alinhamento com o Dia da Cobertura Universal de Saúde (CUS), celebrado anualmente em 12 de dezembro.

A campanha de 2024 reforça a importância da proteção financeira, um pilar essencial para garantir que as populações tenham acesso aos cuidados necessários sem enfrentar dificuldades econômicas.

DADOS ALARMANTES SOBRE ACESSO E EMPOBRECIMENTO

Hoje, cerca de 4,5 bilhões de pessoas em todo o mundo, ainda não têm acesso a serviços básicos de saúde, enquanto 2 bilhões enfrentam dificuldades financeiras devido aos custos.

Esses números destacam a urgência de priorizar a Cobertura Universal de Saúde, conforme enfatizado pelo Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus:

“Saúde para todos significa que todos podem acessar os serviços de saúde de que precisam, sem dificuldades financeiras.”

O relatório também alerta que, em 30 países de baixa e média renda, os custos pagos diretamente pelos indivíduos representam a principal fonte de financiamento da saúde.

Em 20 desses países, mais da metade do total de despesas com saúde é arcada diretamente pelos pacientes, perpetuando ciclos de pobreza.

PAÍSES RICOS TAMBÉM ENFRENTAM DESAFIOS

Embora os desafios financeiros sejam mais evidentes em economias de baixa renda, os países desenvolvidos não estão imunes.

Em um terço das nações de alta renda, mais de 20% dos gastos com saúde são pagos diretamente pelas famílias, agravando a vulnerabilidade de grupos mais pobres.

Isso evidencia a necessidade de estratégias globais para reduzir a dependência de pagamentos diretos.

SOLUÇÕES PARA FORTALECER A COBERTURA UNIVERSAL

Para garantir a Cobertura Universal de Saúde, a OMS recomenda medidas como:

  • Eliminação de taxas de uso para populações vulneráveis, como pessoas de baixa renda e com condições crônicas;
  • Criação de legislações que protejam contra custos de saúde empobrecedores;
  • Financiamento público abrangente, com orçamentos destinados a pacotes essenciais de serviços que incluam prevenção, tratamento e cuidados paliativos.

A pandemia de COVID-19 mostrou a eficiência dos orçamentos governamentais na resposta às emergências, salvando vidas e protegendo comunidades vulneráveis.

Contudo, emergindo desse período crítico, os governos enfrentam desafios em equilibrar a resiliência do sistema de saúde com as limitações econômicas.

PARCERIA UHC: ALIANÇAS PARA AVANÇAR

A Parceria UHC, uma iniciativa emblemática da OMS, desempenha um papel crucial no apoio aos países para avançar na cobertura universal de saúde.

De 11 a 13 de dezembro, representantes de mais de 125 nações se reúnem em Lyon, França, para discutir prioridades, compartilhar experiências e alinhar metas para a próxima fase, até 2027.

O evento reflete a importância da colaboração internacional no fortalecimento dos sistemas de saúde e na promoção da segurança sanitária global.

A Parceria é financiada por vários países e organizações, incluindo a União Europeia, Alemanha e Japão, entre outros.

Fonte: OMS