Quase 40 mil atendimentos realizados em sete especialidades médicas que já beneficiaram mais de 24 mil pacientes em todo o Pará. Esse é o resultado mais recente alcançado pelo estado no Programa “Assistência Médica Especializada na Região Norte e Centro Oeste do Brasil por meio da Telemedicina”, desde o mês de julho de 2021, quando foi retomado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
O Programa de Telemedicina funciona por meio de uma parceria do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) com o Hospital Israelita Albert Einstein, e que tem a finalidade de oferecer aos usuários do SUS assistência médica especializada por meio de teleinterconsultas nas especialidades de endocrinologia, neurologia, neurologia pediátrica, pneumologia, cardiologia, psiquiatria e reumatologia. O público-alvo são crianças de zero a 16 anos, jovens e adultos acima de 16 anos de idade.
Outros objetivos do Programa de Telemedicina são melhorar a qualidade do cuidado a satisfação do usuário, reduzir o número de transferências de pacientes entre localidades, reduzir os custos com atenção à saúde da população dessa região e também o tempo de espera, além de melhorar a alocação de recursos da saúde.
De acordo a Sespa, até o momento já foram realizadas 39.959 teleinterconsultas, sendo a maioria delas em neurologia pediátrica com 12.606 atendimentos. Com esses atendimentos, foi possível beneficiar 24.860 pacientes do SUS.
Para a diretora técnica da Sespa, Carla Figueiredo, o momento é de avaliar os desafios na prestação desse serviço e seguir levando-o para outros pontos do estado. “Apesar de algumas dificuldades, conseguimos avançar com o Programa de Telemedicina, pois dos 56 pontos propostos inicialmente, já alcançamos 71 e vamos continuar ampliando para beneficiar mais usuários do SUS com teleinterconsultas especializadas”, avaliou.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, também está satisfeito com os resultados, pois o Programa de Telemedicina representa um grande benefício para os usuários do SUS, uma vez que facilita o acesso a médicos especialistas.
“Com a Telemedicina, a gente consegue viabilizar uma consulta especializada no município de residência do usuário, evitando que ele precise se deslocar para outro município e até capital para fechar um diagnóstico e ter acesso ao tratamento. A iniciativa também contribui para a triagem de pacientes que são direcionados aos hospitais regionais, deixando essas unidades para os casos de maior complexidade”, opinou o titular da Sespa.
Experiência de Bujaru – A Telemedicina chegou ao município em julho de 2021. Em dois anos de funcionamento no Centro de Saúde, já foram realizadas 1.237 teleinterconsultas com especialistas do Hospital Albert Einstein mediadas por médicos da Atenção Básica.
A coordenadora do Programa em Bujaru, Celeste Marques, comemora os resultados alcançados. “Setenta por cento da nossa população vive na zona rural. Então, o Programa de Telemedicina tem facilitado o acesso desses usuários às consultas com especialistas e proporcionado um diagnóstico rápido e preciso de várias doenças”, avaliou.
“A gente agradece pela oportunidade de Bujaru estar participando de um trabalho tão importante como esse e estar conseguindo viabilizá-lo da melhor maneira possível”, acrescentou a coordenadora.
O médico da Atenção Básica, Manoel Campos, que atua no município há mais de 20 anos, também fala com otimismo do programa do qual participa como médico telesolicitante, ou seja, que solicita a consulta e acompanha o usuário na hora da teleinterconsulta com o especialista. “É um programa excelente que veio para ficar. Eu parabenizo todas as pessoas que estão envolvidas nesse trabalho. E acredito que a população esteja satisfeita e vamos melhorar cada vez mais, quem sabe ampliando com outras especialidades médicas no futuro”, disse.
A usuária do SUS Dielma Barros, moradora da comunidade Guajará-São Marcos, saiu às 5h da manhã para chegar às 7h para a teleinterconsulta com neuropediatra para seu filho Adriel, agendada para o dia 25 de julho, na sede do município. “Todo esse esforço valeu a pena porque fomos muito bem recebidos. Só tenho a agradecer por esse programa. Tenho certeza de essa consulta vai ajudar muito meu filho a melhorar no colégio, em casa e com os amigos dele na rua”, afirmou.
Outra beneficiada pela Telemedicina é Sandra do Socorro Campos. “Pra mim, foi muito bom, porque eu adoeci com problema no coração e, de imediato, teve esse médico que me atendeu. Eu posso dizer que esse programa veio para melhorar a situação das pessoas do município”, concluiu a usuária.
Acesso ao serviço – Para ter acesso à teleinterconsulta, o paciente precisa, primeiramente, procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para ter consulta com o clínico ou pediatra e, conforme a necessidade do caso, ser direcionado para o atendimento com o especialista. O agendamento é feito pela equipe da própria UBS na plataforma do Hospital Israelita Albert Einstein, que, além do atendimento, permite acesso à videoconferência entre os médicos e o registro de informações em prontuário eletrônico. Então, na data e horário agendados, o paciente retorna à UBS para consulta com o médico generalista presencial e o especialista em teleinterconsulta.
*Fonte: Agência Pará (Roberta Vilanova – SESPA)
*Foto: Ricardo Amanajás / Ag. Pará
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