Uma importante conquista para a saúde pública do Pará marcou a vida de Ingrid Lauanny Dantas da Silva, de apenas 9 anos, moradora da cidade de Ourém.
Ela se tornou a primeira criança a passar por uma cirurgia por videolaparoscopia no Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM), em Belém.
A jovem, que sofria de intensas cólicas causadas por cálculos biliares, passou por um procedimento essa semana, que representa um marco para a cirurgia pediátrica no estado, a colecistectomia.
Com essa técnica minimamente invasiva para retirada da vesícula biliar, Ingrid terá uma recuperação menos dolorosa e muito mais rápida, proporcionando à sua família alívio e segurança.
COMO FUNCIONA A TÉCNICA VIDEOLAPAROSCOPIA
A videolaparoscopia, também conhecida como laparoscopia, é um método cirúrgico avançado que substitui a tradicional “cirurgia aberta” por um procedimento menos agressivo.
Em vez de grandes cortes, o cirurgião faz pequenas incisões de cerca de 0,5 cm, por onde insere um laparoscópio — um dispositivo que possui uma câmera conectada.
A câmera transmite imagens em tempo real e com detalhes minuciosos da cavidade abdominal para um monitor, permitindo ao cirurgião uma visão ampla dos órgãos internos.
Isso possibilita o manuseio dos órgãos com precisão, usando pinças especiais, e sem a necessidade de abrir grandes cortes na pele do paciente.
O PAPEL DO PRONTO-SOCORRO NA INOVAÇÃO EM CIRURGIA PEDIÁTRICA
Segundo o cirurgião pediátrico Alfredo Abud, coordenador do Serviço de Cirurgia Pediátrica do PSRM e responsável pela operação, o Pronto-Socorro está preparado para realizar até 80% das cirurgias pediátricas de urgência com essa abordagem moderna e menos invasiva.
Equipado para atender a população pediátrica do estado, o PSRM conta com profissionais especializados e infraestrutura avançada, tornando-se o único hospital público estadual de Belém e Região Metropolitana a oferecer esse tipo de cirurgia.
Permitindo que crianças de diversas regiões do Pará possam acessar tratamentos de alta tecnologia e conforto na rede pública de saúde.
BENEFÍCIOS E IMPACTOS DA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA
A cirurgia convencional para remover cálculos biliares envolve um corte abdominal maior e um período de recuperação mais longo e doloroso, o que seria desafiador para uma criança.
“Agora temos uma técnica que promove uma recuperação mais rápida e segura, reduzindo o tempo de internação e as chances de complicações”, afirmou segundo o diretor técnico do PSRM, Fábio Sampaio.
Cirleide de Oliveira Dantas, mãe de Ingrid, expressou seu alívio e gratidão pelo fato de sua filha ter acesso a esse tratamento: “Ela já sofreu demais e com a cirurgia convencional, ela teria um pós-operatório muito mais desconfortável, mas agora sei que sua recuperação será mais rápida e tranquila”, contou.
EXPANSÃO E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO DA CIRURGIA PEDIÁTRICA
Alfredo Abud acrescenta que, além de colecistectomias, o método será utilizado em outras cirurgias abdominais comuns, como apendicectomias, que frequentemente são realizadas de maneira convencional, conhecida como “barriga aberta”.
Outros casos incluem cirurgias para traumas abdominais, redução de invaginação intestinal (ou “nó na tripa”) e reparações de órgãos rompidos.
Fonte: Agência Pará
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