Ilustração dos medicamentos PrEP e PEP
Brasil busca expansão inédita da profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP) no combate ao HIV e AIDS
As Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) têm agora a oportunidade de se cadastrar no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom) e oferecer as profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP). A medida, estabelecida por uma nota técnica, visa ampliar a oferta de serviços de saúde que disponibilizam esses insumos cruciais e garantir maior acesso da população a produtos de prevenção.
Até dezembro de 2023, o Brasil já contava com 873 e 1.160 UDMs que ofereciam PrEP e PEP, respectivamente. Agora, com a nova orientação, a expectativa é que esses números cresçam exponencialmente. O diretor do departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Draurio Barreira, destaca que o objetivo é eliminar a epidemia de HIV e AIDS no país. “Nossa meta é expandir a oferta de PrEP e PEP em proporções nunca vistas no Brasil e evitar novos casos de infecção pelo HIV.”
A nota técnica, direcionada às coordenações estaduais e municipais de HIV e AIDS e de assistência farmacêutica, informa sobre a possibilidade de registrar os serviços de saúde para entrega de PrEP e PEP no Siclom. Importante ressaltar que não é necessário que esses serviços estejam vinculados aos atendimentos ambulatoriais específicos, abrindo as portas para um alcance mais amplo da população.
Para garantir o sucesso da iniciativa, o departamento tem buscado a colaboração ativa dos gestores locais. O diretor reforça: “Para que essa ampliação tenha êxito, precisamos estar muito bem articulados com os estados e municípios. Temos trabalhado nisso, inclusive com a reinstalação da Comissão de Gestão do Dathi.”
As UDMs, integrantes dos serviços de saúde públicos, filantrópicos ou privados sem fins lucrativos, desempenham um papel crucial na gestão e dispensação de medicamentos antirretrovirais. Além disso, agora têm a responsabilidade e oportunidade de oferecer tratamentos e insumos para a prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Para ter acesso à PrEP, é imprescindível obter uma prescrição assinada por um profissional de saúde, seja médico, enfermeiro ou farmacêutico. Esta prescrição ocorre após consulta e testagem para confirmar que a pessoa interessada não está infectada pelo HIV.
A expansão da oferta de PrEP e PEP representa um passo significativo no combate à epidemia de HIV e AIDS, buscando assegurar que a prevenção esteja ao alcance de um número cada vez maior de brasileiros.
Sabe qual a diferença entre PrEP e PEP?
Quando falamos sobre PEP, estamos nos referindo à Profilaxia Pós-Exposição, que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais após possíveis situações de risco de contato com o HIV. Essas situações incluem violência sexual, relações sexuais sem proteção (sem camisinha ou com rompimento dela), e acidentes no trabalho com objetos cortantes ou contato com material biológico.
Para que a PEP funcione, é crucial iniciá-la logo após o risco, preferencialmente nas duas primeiras horas, e até 72 horas depois. Os medicamentos devem ser tomados por 28 dias. Se você acha que teve um contato de risco, procure imediatamente um serviço de saúde. É importante notar que a PEP não substitui o uso da camisinha.
Agora, a PrEP, que é a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, é o uso de medicamentos antes do contato com o vírus, diminuindo a chance de infecção. A PrEP é recomendada para pessoas em alto risco de contrair o HIV.
Lembre-se, PrEP não é para todos e não é uma medida de emergência como a PEP. O foco principal são grupos com maior risco e mais casos de HIV: homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, prostitutas e casais sorodiferentes (quando uma pessoa tem HIV e a outra não). Se tiver dúvidas, converse com um profissional de saúde. A prevenção é simples e acessível!
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