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PMMA: o procedimento que pode levar a deformação e morte

A cada dia que passa, aumenta o número de casos de vítimas, muitas vezes fatais, pelo uso de PMMA, uma das substâncias mais perigosas do ramo estético.

O QUE É PMMA?

Segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Dra. Caroline Palheta, o polimetilmetacrilato ou PMMA é um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde, autopeças e em outros setores produtivos. Ou seja, é uma substância com vários tipos de aplicações.

“Alguns exemplos de produtos que têm sua aplicação são as lentes de contato, implantes de esôfago, cimento ortopédico, entre outros. A substância apresenta propriedades de alta transparência e estabilidade ao UV (radiação ultravioleta), o que garante durabilidade e resistência a diversas intempéries”, afirma.

RISCOS DO USO DO PMMA

A médica também explica que a substância não é segura quando usada em grandes quantidades e pode ter resultados imprevisíveis a longo prazo, como reações incuráveis, inflamações, nódulos, necrose e até a morte.

O material é permanente, ou seja, não é absorvido pelo corpo. Após aplicado, sua remoção é praticamente impossível, porque o produto se espalha.

“Imagine se você coloca essa substância solta num tecido como a região glútea. Você levanta, senta, anda, se mexe, e o organismo reage àquilo como um corpo estranho, provocando uma reação inflamatória”, disse.

ANVISA E RECOMENDAÇÕES MÉDICAS

Apesar de ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso do material não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia, “em virtude do elevado risco de complicações graves, irreversíveis, e até óbito dos pacientes”.

IMPOSSIBILIDADE DE REVERSÃO

Devido a essa natureza permanente, o PMMA não permite ajustes ou reversão completa do procedimento, o que pode ser uma preocupação significativa para os pacientes. Caso a pessoa não goste do resultado do procedimento estético, pode não ser possível desfazê-lo.

REMOÇÃO DO PMMA

Ainda de acordo com Caroline, a remoção do PMMA por meio de cirurgia só é cogitada em situações extremas, pois há riscos importantes associados ao procedimento.

“Em outras circunstâncias, injeções de enzimas específicas podem ser usadas para auxiliar na quebra do PMMA, especialmente em complicações localizadas, como granulomas. Terapias a laser também podem ser empregadas em situações onde o material está superficialmente na pele, ajudando na sua remoção. No entanto, é importante ressaltar que a retirada do polimetilmetacrilato pode ser complexa e nem sempre é totalmente eficaz”, reforça Dra. Caroline.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA ANVISA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica o PMMA como um produto de uso em saúde classe IV, isto é, de máximo risco. Isso se dá porque o uso do material é associado a um maior risco de complicações do que outros preenchedores faciais.

CONSEQUÊNCIAS PÓS-APLICAÇÃO

“Após a aplicação de PMMA, a pessoa pode enfrentar diversas consequências negativas, como inflamação, inchaço e vermelhidão no local do procedimento. Complicações mais sérias também podem surgir, como a formação de granulomas, nódulos inflamatórios e até mesmo infecções”, exemplifica a dermatologista.

ALTERNATIVAS MAIS SEGURAS

“Avanços recentes na tecnologia de preenchimento facial trouxeram opções mais seguras e eficazes, como o ácido hialurônico e polímeros biodegradáveis. Estes materiais oferecem resultados mais naturais, menor risco de complicações e a vantagem de serem reversíveis, se necessário”, defende a dermatologista.

QUEM NÃO DEVE USAR PMMA?

Procedimentos estéticos com PMMA não são indicados para gestantes, lactantes, pessoas com histórico de reações alérgicas a componentes do material, quem tem infecções cutâneas ativas, doenças autoimunes ou enfermidades inflamatórias crônicas. Menores de idade também não devem realizá-los.

Romeu Lima

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