Com as fusões de empresas, aquisições e surgimento de novos players, o setor de planos de saúde no Brasil se mantém aquecido e o mercado vem surpreendendo cada vez mais com as movimentações das empresas. Recentemente, acompanhou-se uma multinacional anunciar a sua saída do país e vender sua carteira de vidas, além de uma outra companhia com mais de 100 anos de existência, ser obtida por uma rede de hospitais.
Ao mesmo tempo em que uma healthtech divulga investimentos na ordem de 1 bilhão de reais e uma outra une forças com a maior rede de clínicas do país. Tudo isso acontecendo com a formação da maior operadora do Brasil, que nasceu a partir da fusão entre uma marca do Nordeste e outra de São Paulo.
Contudo, a pergunta é: isso é bom ou ruim para o beneficiário dos planos de saúde?
Para compreender as vantagens e desvantagens de tantos movimentos, talvez seja interessante criar um paralelo com o mercado financeiro. Com o cenário, é possível observar um movimento de consolidação nos últimos 20 anos, logo após do surgimento das fintechs, que passaram a ocupar espaço nas áreas em que ninguém vinha propondo soluções. Esses novos players trouxeram praticidade e supriram demandas de um novo consumidor cansado das grandes corporações.
O inusitado é que o surgimento das healthtechs acontece com o movimento de consolidação do segmento da saúde. o que pode ser positivo. Enquanto nos bancos a consolidação precisou vir antes da inovação, o setor de saúde pode colher frutos positivos com o movimento em conjunto.
As empresas que são mais estáveis fazem economias de escala que podem diminuir os custos para seus clientes. Mas o que acontece é que, ao sobrarem poucos players no mercado, o setor pode ficar à serviço da concorrência monopolista.
Em compensação, o aumento das healthtechs faz com que os grandes players não subam tanto os seus preços, sob o risco de fortalecer demais quem entra no mercado. À medida que as empresas de porte maior cortam seus custos, as startups se firmam em tecnologia e buscam diferenciais no cuidado com o paciente.
Realizando uma gestão eficiente de dados, há possibilidade de preencher lacunas de serviços mais tradicionais sem deixar de fora a qualidade da assistência e o acompanhamento humanizado, resultando em uma operação com menos burocracia, mais ágil e acessível.
Com a pandemia de Covid-19, muitas pessoas ficaram em situação de vulnerabilidade. Mesmo que a procura por planos de saúde esteja cada vez maior, milhões de brasileiros seguem desamparados e o Sistema Único de Saúde (SUS) continua sobrecarregado. É importante ter serviços que, com uma gestão mais eficiente, impeçam desperdícios e possam caber no orçamento dos usuários.
É claro que a democratização não impede o sucesso das empresas. Os novos players do setor e sua aposta tecnologia de forma inteligente colaboram para uma competitividade saudável e um padrão de inovação que pode refletir em mais bem-estar para mais brasileiros, ou seja, o futuro se mostra promissor tanto para as empresas quanto para os seus clientes.
Fonte: Veja
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