A pesquisa “Epicovid 2.0: Inquérito Nacional para Avaliação da Real Dimensão da Pandemia de Covid-19 no Brasil” trouxe dados alarmantes sobre os impactos da pandemia na sociedade brasileira.
Apresentado pelo Ministério da Saúde, o levantamento abrangeu 133 cidades e envolveu 33.250 entrevistas, consolidando-se como o maior estudo de base populacional sobre a Covid-19 no país.
QUANTOS FORAM INFECTADOS?
Mais de 28% da população brasileira, equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou infecção pela Covid-19. Entre esses, 18,9% ainda enfrentam condições pós-covid. Os sintomas mais relatados incluem:
- Ansiedade (33,1%)
- Cansaço (25,9%)
- Dificuldade de concentração (16,9%)
- Perda de memória (12,7%)
Mulheres e indígenas figuram entre os grupos mais afetados, ressaltando as desigualdades históricas em saúde no Brasil.
OS SINTOMAS DA COVID-19
A Covid-19, causada pelo SARS-CoV-2, é transmitida por contato direto, gotículas e aerossóis e pode manifestar-se de forma variada, desde casos assintomáticos até situações críticas que requerem hospitalização como:
- LEVES: tosse, dor de garganta, coriza, febre, calafrios, cansaço e dores musculares;
- MODERADOS: podem surgir pneumonia e sinais de piora progressiva, como prostração e perda de apetite;
- GRAVES: observa-se dispneia, hipoxemia e síndrome do desconforto respiratório agudo.
- CRÍTICAS: envolvem insuficiência respiratória, falência múltipla de órgãos e sepse.
Além disso, a doença pode trazer sequelas persistentes em sistemas como o nervoso, respiratório e cardiovascular, além de impactos na saúde mental, como ansiedade e depressão.
ADESÃO À VACINAÇÃO E DESINFORMAÇÃO
A vacinação contra a Covid-19 alcançou adesão significativa, com 90,2% dos entrevistados recebendo ao menos uma dose.
Porém, 27,3% relataram desconfiança em relação às informações sobre imunizantes, e 32,4% dos não vacinados afirmaram não acreditar na vacina.
OS IMPACTOS ECONÔMICOS DA PANDEMIA
As consequências da pandemia transcendem a saúde. O levantamento revelou:
- 48,6% tiveram redução de renda
- 47,4% enfrentaram insegurança alimentar
- 34,9% perderam o emprego
- 21,5% interromperam os estudos
Além disso, 15% dos entrevistados vivenciaram a perda de um familiar devido à Covid-19.
VARIAÇÕES REGIONAIS E SOCIAIS
O estudo destacou disparidades regionais e socioeconômicas:
- Maiores taxas de hospitalização no Nordeste (7,6%) e Centro-Oeste (5,5%)
- Predominância de hospitalização entre pessoas de menor renda
O QUE SÃO CONDIÇÕES PÓS-COVID?
As condições pós-covid englobam sequelas em sistemas como o pulmonar, cardiovascular e nervoso, além de sintomas psicológicos.
Esses efeitos persistentes não estão necessariamente ligados à gravidade da infecção inicial, o que exige maior investigação científica.
IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA O FUTURO DA SAÚDE
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o Epicovid é fundamental para compreender e enfrentar os desafios pós-pandemia.
Segundo o epidemiologista Pedro Hallal, o estudo não é apenas um monitoramento, mas uma análise aprofundada do impacto da Covid-19 na vida das famílias brasileiras.
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