Recentemente, uma experiência vivida por um pai no início de sua jornada na paternidade revelou algo interessante sobre o cuidado pediátrico hospitalar.
O casal, ao escolher uma pediatra para o acompanhamento ambulatorial do recém-nascido, decidiu optar por outra profissional para o atendimento durante o parto e a internação hospitalar, principalmente devido à promessa de disponibilidade.
Esse fator revelou-se crucial para a satisfação e experiência tanto do paciente quanto dos familiares no ambiente hospitalar.
A ESCOLHA PELO MODELO HOSPITALISTA
Sem ter familiaridade prévia com pediatras, pois tratava-se do primeiro filho do casal, a possibilidade de contar com uma equipe de hospitalistas pediátricos foi abraçada sem hesitação.
A assistência prestada pelos pediatras no hospital foi de alta qualidade, e eles seriam recomendados sem reservas.
No entanto, a experiência levou à análise do modelo hospitalista sob uma nova perspectiva.
REFLEXÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO DOS PEDIATRAS
Foi observado que a organização dos pediatras no hospital muitas vezes priorizava a conveniência dos próprios profissionais em vez da otimização da qualidade assistencial e da segurança do paciente, como defendido pela literatura médica.
Isso não se trata de uma crítica pessoal aos pediatras, mas sim a uma reflexão sobre a estrutura que promove esse tipo de organização.
A CONTINUIDADE DO CUIDADO: UM DESAFIO
No modelo tradicional observado, os pediatras se alternavam diariamente, o que resultou em três dias de internação com três pediatras diferentes.
Essa rotatividade dificultou a continuidade do cuidado, especialmente em casos onde a observação clínica contínua era crucial, como no caso da icterícia fisiológica do recém-nascido.
ESTUDOS SOBRE A CONTINUIDADE DO CUIDADO
Um pesquisador da Universidade de Chicago, destaca que ter o mesmo médico acompanhando o paciente ao longo da internação melhora os resultados de saúde, reduz a fragmentação do cuidado e aprimora a comunicação entre os profissionais de saúde e o paciente.
Os três principais benefícios dessa prática são:
- MELHORES RESULTADOS DE SAÚDE: a continuidade do cuidado pode levar a uma redução nas readmissões hospitalares, melhor adesão ao tratamento e maior satisfação do paciente. Médicos que conhecem bem seus pacientes estão em melhor posição para tomar decisões informadas e personalizadas.
- EFICIÊNCIA E REDUÇÃO DE CUSTOS: a continuidade do cuidado pode ser mais eficiente e economicamente vantajosa. Reduzindo a duplicação de exames e procedimentos desnecessários, é possível diminuir os custos hospitalares. Além disso, melhores desfechos clínicos resultam em menos complicações e, consequentemente, menos despesas com tratamentos de emergência.
- MODELOS DE ASSISTÊNCIA INTEGRADA: há um modelo no qual o clínico atua tanto dentro quanto fora do hospital, garantindo uma horizontalidade no cuidado hospitalar. Isso contrasta com a experiência descrita, onde a fragmentação do cuidado era evidente.
A experiência desse pai e os estudos ressaltam a importância de repensar os modelos de organização no cuidado pediátrico hospitalar.
Garantir a continuidade do cuidado, onde o mesmo médico acompanha o paciente ao longo da internação, pode trazer inúmeros benefícios, desde a melhoria nos resultados de saúde até a redução de custos hospitalares.
É fundamental que os hospitais considerem essas questões ao estruturarem suas equipes e práticas, visando sempre o bem-estar e a segurança dos pacientes.
Fonte: Saúde Business
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