Mulheres paraenses terão acesso a novo protocolo de rastreamento do câncer de colo de útero pelo SUS - FRONT SAÚDE

Mulheres paraenses terão acesso a novo protocolo de rastreamento do câncer de colo de útero pelo SUS

Foto: Divulgação

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) participou, neste mês, do lançamento nacional do novo protocolo e das diretrizes para o rastreamento do câncer do colo do útero, com a implantação do teste de DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). O evento, realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Ilha do Combu, que integra a área insular de Belém, reuniu autoridades federais, estaduais e municipais para apresentar a tecnologia, que tem o intuito de ampliar a detecção precoce da doença e salvar vidas. Belém assume papel de destaque nacional como primeira capital do Norte a adotar o protocolo, e assim se torna referência técnica e operacional para outros estados.

De acordo com Michele Sousa, enfermeira da Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, a implantação do teste de DNA-HPV será feito de forma escalonada e progressiva, em diferentes fases.“O grande objetivo é fomentar o rastreamento organizado”, destacou.

A primeira etapa será realizada no Distrito d’Água, em Belém — uma das áreas mais populosas da capital, que abrange bairros como Canudos, Condor, Cremação, Guamá, Jurunas e Terra Firme.

“Inicialmente o público alvo do teste são mulheres de 30 a 49 anos de idade, que nunca fizeram preventivo ou que estão há mais de três anos sem realizar. No segundo momento serão mulheres de 50 a 64 anos também que nunca fizeram o exame preventivo ou que estão mais de 3 anos sem realizar. E assim nós vamos fazer sucessivamente, aumentando essa faixa etária e de forma escalonada”, informa a enfermeira da Coordenação Estadual de Atenção Oncológica.

O teste DNA-HPV não só oferece maior sensibilidade diagnóstica, como também reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, permitindo intervalos maiores entre as coletas quando o resultado é negativo. Além disso, garante um rastreamento equitativo e de alta performance, alcançando mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços.

Michele Sousa afirma que o objetivo é realizar o teste em três regiões, que seriam a Metropolitana 1, Marajó 1 e Marajó 2. E até o final de 2026 conseguir a abrangência do estado do Pará como em todo.

“A gente sabe que a região norte, é o lugar que tem os maiores índices de mortalidade por câncer do colo do útero, e Belém, sendo a capital do estado do Pará, tem também esse alto índice da doença. E nesse processo é fundamental que a gente, com essa tecnologia, consiga superar algumas barreiras históricas, que passam por fatores socioeconômicos, questões culturais, próprios estímulos em relação à doença, e as questões estruturais dessa rede de forma mais organizada”, diz Michele.

A implementação começa por um município em cada estado e será ampliada à medida que a substituição do método for concluída. A primeira fase de implementação já está disponível também em outros 11 estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal. A meta do Ministério da Saúde é que, até dezembro de 2026, o rastreamento esteja disponível em toda a rede pública, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano. 

O teste de biologia molecular DNA-HPV detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV) e beneficia também mulheres assintomáticas, pois identifica a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais.

Gabrielle Nogueira | Front Saúde