Infelizmente, o Brasil foi informado na manhã desta quinta-feira, dia 02 de fevereiro, sobre a morte da apresentadora e jornalista Glória Maria. A TV Globo, confirmou em uma nota divulgada em que dizia: “É com muita tristeza que anunciamos a morte de nossa colega, a jornalista Glória Maria”. A apresentadora deixa duas filhas de 15 e 14 anos.
A morte da jornalista foi causada por metástases cerebrais que foram descobertas, mas que o tratamento não estaria surtindo o efeito desejado. Mas o que teria causado isso? Em 2019, Glória Maria havia sido diagnosticada com câncer de pulmão, do qual ela se submeteu a um tratamento de imunoterapia e tendo sucesso, mas, a jornalista teve metástase no cérebro, e para tratar dessas metástases, ela passou por uma cirurgia que também teve sucesso inicialmente, já que a expectativa era de 30% a 40% de sobreviver, e somente 20% de não ter sequelas.
Em julho de 2020, numa entrevista ao programa Altas Horas, ela conta como foi a descoberta. “Passei um sufoco. Realmente, fui atropelada por um trem assim do nada. Eu, uma pessoa que nunca tive uma dor de cabeça, saudável… De repente, entro em casa, fecho o meu portão, caio, desmaio. Quando vou ver o que é, descubro que estou com um tumor no cérebro. Só isso. Não é para fraco, não”
Ano passado, Glória Maria passou por um novo tratamento para combater novas metástase cerebrais, mas que infelizmente, nos últimos dias não estavam mais surtindo efeito, o que levou a sua morte.
Mas o que seriam as metástases?
Primeiro, temos de entender sobre o tumor. O Ministério da Saúde explica que um crescimento celular anormal em qualquer parte do corpo, pode se tornar um tumor, mas dependendo de como essas células vão se multiplicar, que vai determinar se esse tumor é benigno, quando a multiplicação celular é lenta e não se espalha, ou se esse tumor é maligno, quando o crescimento dessas células fica desorganizado e podendo se espalhar para outros tecidos e órgão, e isso seria a metástase.
A médica oncologista Amanda Gomes, do Centro de Tratamento Oncológico em Belém explica o que seria a metástase. “Uma das características do câncer é que ele é uma doença com a capacidade de se espalhar, partes do tumor primário se separam do tumor principal, essas células cancerígenas podem entrar entram no sistema circulatório ou nos vasos linfáticos e afetar tecidos ao redor do local onde surgem e outros órgãos. Quando isso acontece, surgem novos tumores, que chamamos de metástases”.
O surgimento da metástase faz parte da propagação natural do câncer, que sempre teve o objetivo de se espalhar. “Esse processo pode ocorrer desde a fase mais precoce do desenvolvimento dos tumores, porém, com maior frequência, nas fases mais avançadas. E há, ainda, quem não desenvolva metástase. Tudo vai depender do tipo do tumor, do momento do diagnóstico, precoce ou tardio e também do tratamento”, fala Amanda.
A médica conta que por também ser um tumor, pode ser feito tratamento para combatê-la, mas vai diferenciar do tratamento realizado para o tumor primário. “O tratamento é baseado no local onde surgiu o câncer, porque essa metástase pode estar em vários outros órgãos. Geralmente, se utiliza o tratamento medicamentoso, que é baseado em quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia, drogas alvo ou mesmo a cirurgia”.
A oncologista finaliza dizendo que, de maneira geral, historicamente, as chances de cura são baixas, já que depende do tamanho e da localização da metástase. “Mesmo depois de longos tratamentos, basta uma célula cancerígena sobreviver no corpo para se espalhar, gerando novas lesões a outros tecidos do corpo. Mas os avanços em pesquisas garantem que as metástases podem ser tratáveis por longos períodos, controlando o câncer como uma doença crônica”.
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