Instagram e escolas: as novas regras vão proteger os jovens?
logo Instagram feito por milhares de círculos coloridos 14 Por louisong
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Instagram e escolas: as novas regras vão proteger os jovens?

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O Instagram, uma das redes sociais mais utilizadas por adolescentes em todo o mundo, está implementando no Brasil a “Conta de Adolescente”.

NOVA FUNCIONALIDADE PARA SEGURANÇA E CONTROLE PARENTAL

Uma nova funcionalidade que visa aumentar a segurança e o controle parental para usuários entre 13 e 17 anos.

A medida, anunciada pela Meta, empresa controladora do Instagram, surge em resposta às crescentes preocupações sobre o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens e à pressão de governos e organizações para que as plataformas digitais adotem medidas mais protetivas.

CONFIGURAÇÃO AUTOMÁTICA DE PRIVACIDADE PARA ADOLESCENTES

A principal mudança é que, a partir de agora, perfis de adolescentes menores de 18 anos serão configurados automaticamente como privados.

Isso significa que apenas seguidores aprovados manualmente poderão visualizar e interagir com as publicações.

Além disso, menores de 16 anos terão restrições ainda mais rígidas, necessitando de autorização dos pais para alterar as configurações de privacidade.

Essa medida busca evitar que jovens exponham seus conteúdos a desconhecidos ou a pessoas mal-intencionadas.

Outra novidade é a limitação de mensagens diretas (DMs). Adolescentes só poderão receber mensagens de pessoas que já seguem ou com quem já estão conectados.

Isso reduz o risco de contato com estranhos e possíveis situações de assédio ou bullying.

SUPERVISÃO PARENTAL AMPLIADA E PROTEÇÃO CONTRA CYBERBULLYING

O Instagram também ativará automaticamente a versão mais restritiva do recurso “Palavras Ocultas”, que filtra termos ofensivos em comentários e solicitações de mensagens, criando uma barreira adicional contra o cyberbullying.

A Meta também está investindo em ferramentas de supervisão parental, permitindo que pais de adolescentes de 16 e 17 anos tenham maior controle sobre as configurações de privacidade e tempo de uso da plataforma.

Com essa funcionalidade, os pais poderão aprovar ou negar solicitações dos filhos para alterar as configurações de segurança, garantindo que os jovens mantenham um nível adequado de proteção.

RESTRIÇÕES A CONTEÚDOS SENSÍVEIS

A empresa também anunciou que conteúdos sensíveis, como vídeos de brigas ou promoção de procedimentos estéticos, serão automaticamente limitados para adolescentes.

Além disso, o Instagram evitará recomendar publicações com temas potencialmente prejudiciais, como conteúdos sexualmente sugestivos ou que discutam suicídio e automutilação.

TECNOLOGIAS DE VERIFICAÇÃO DE IDADE

Essas mudanças são parte de um esforço maior para criar um ambiente mais seguro para os jovens na plataforma.

A Meta reconhece que muitos adolescentes podem mentir sobre sua idade ao se cadastrarem no Instagram, mas afirma que está utilizando tecnologias avançadas de verificação de idade para identificar e corrigir essas inconsistências.

A empresa também defende que as lojas de aplicativos, como Google Play e App Store, sejam responsáveis por verificar a idade dos usuários e exigir aprovação dos pais para downloads de redes sociais por menores de 16 anos.

CELULAR NAS ESCOLAS: PROIBIÇÃO NACIONAL GERA DEBATES SOBRE USO PEDAGÓGICO

Enquanto o Instagram busca proteger os jovens no ambiente virtual, as escolas brasileiras estão adotando medidas para limitar o uso de celulares em sala de aula.

A Lei Federal 15.100, sancionada em janeiro de 2025, proíbe o uso de dispositivos eletrônicos durante as aulas, recreios e intervalos em escolas públicas e privadas.

A medida pretende proteger a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes, além de melhorar o foco e a interação social dos alunos.

EXCEÇÕES PARA USO PEDAGÓGICO E EMERGÊNCIAS

A lei, no entanto, permite o uso de celulares para fins pedagógicos, desde que autorizado pelos professores.

Isso significa que, em atividades que exigem o uso de tecnologia, como aulas de programação, pesquisas online ou acesso a materiais didáticos digitais, os alunos poderão utilizar seus dispositivos.

Além disso, há exceções para casos de acessibilidade, inclusão e emergências, como a necessidade de comunicação com os pais ou responsáveis.

OS IMPACTOS DA PROIBIÇÃO

A proibição do celular nas escolas tem gerado debates intensos entre educadores, pais e alunos.

Por um lado, especialistas argumentam que a medida pode aumentar a concentração e a interação social entre os estudantes.

Sem a distração constante das notificações e redes sociais, os alunos tendem a se envolver mais nas atividades escolares e a desenvolver habilidades de comunicação face a face.

Por outro lado, há preocupações sobre a desigualdade no acesso à tecnologia, especialmente em escolas públicas que não possuem infraestrutura adequada para substituir os dispositivos pessoais.

Em muitas regiões do país, o celular é a única ferramenta disponível para os estudantes acessarem conteúdos educacionais online.

DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO

A proibição total do uso desses dispositivos pode, portanto, ampliar ainda mais a lacuna digital entre alunos de diferentes realidades socioeconômicas.

Outro desafio é a implementação prática da lei. Muitas escolas não possuem estrutura para armazenar os celulares dos alunos de forma segura durante o período de aulas.

Além disso, os professores, que já enfrentam uma carga de trabalho intensa, terão a responsabilidade adicional de fiscalizar o uso dos dispositivos, o que pode gerar conflitos em sala de aula.

EXCESSO DE TELAS: O IMPACTO NA SAÚDE MENTAL E NO DESENVOLVIMENTO DOS JOVENS

O uso excessivo de telas por crianças e adolescentes tem sido alvo de preocupação crescente entre pais, educadores e especialistas em saúde.

Estudos mostram que o tempo prolongado em frente a dispositivos eletrônicos pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e distúrbios do sono.

Além disso, a exposição precoce as telas pode afetar o desenvolvimento cognitivo e motor das crianças, prejudicando habilidades essenciais como a socialização, a linguagem e a capacidade de atenção.

RECOMENDAÇÕES DE ESPECIALISTAS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças menores de 2 anos não tenham acesso a telas, e que o tempo de uso seja limitado a 1 hora por dia para crianças entre 2 e 5 anos.

Para adolescentes, o ideal é que o uso de telas não ultrapasse 2 a 3 horas diárias, evitando o consumo de conteúdos inadequados e o risco de dependência digital.

Neuropediatras alertam que a exposição excessiva a telas pode levar a atrasos no desenvolvimento da fala, dificuldades de socialização e problemas de comportamento.

Além disso, o uso prolongado de dispositivos eletrônicos está associado a distúrbios do sono, como insônia e sonolência diurna, que podem impactar negativamente o desempenho escolar e a qualidade de vida dos jovens.

Um estudo recente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que o uso excessivo de telas está relacionado a uma piora significativa na saúde mental de crianças e adolescentes.

A pesquisa revelou que 72% dos estudos analisados constataram um aumento nos casos de depressão associados ao abuso da exposição a telas.

Além disso, o uso prolongado de redes sociais foi identificado como um fator de risco para o desenvolvimento de ansiedade e baixa autoestima, especialmente entre meninas.

COMO EQUILIBRAR O USO DA TECNOLOGIA EM CASA E NA ESCOLA?

Diante dos desafios impostos pelo uso excessivo de telas, especialistas recomendam que pais e educadores adotem estratégias para equilibrar o uso da tecnologia.

Isso inclui estabelecer limites claros para o tempo de uso de dispositivos, promover atividades ao ar livre e incentivar a interação social presencial.

Em casa, os pais podem criar rotinas saudáveis que incluam momentos de desconexão digital, como horários para refeições em família, leitura de livros e brincadeiras sem o uso de telas.

Além disso, é fundamental que os pais deem o exemplo, reduzindo seu próprio tempo de uso de dispositivos e participando ativamente da rotina dos filhos.

Nas escolas, a educação midiática deve ser incorporada ao currículo, ensinando os jovens a usar a tecnologia de forma consciente e crítica.

Isso inclui discutir os riscos do cyberbullying, a importância da privacidade online e como identificar notícias falsas e conteúdos inadequados.

UM DESAFIO GLOBAL QUE EXIGE AÇÃO CONJUNTA

As novas diretrizes do Instagram, a proibição do celular nas escolas e as preocupações com o excesso de telas refletem um debate global sobre o impacto da tecnologia na vida dos jovens.

Enquanto as redes sociais buscam se adaptar para proteger seus usuários mais jovens, as escolas e famílias enfrentam o desafio de equilibrar o uso da tecnologia com o desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes.

A sociedade precisa estar atenta a essas mudanças e buscar soluções que promovam um uso consciente e responsável da tecnologia, garantindo que os jovens possam se beneficiar dos avanços digitais sem comprometer sua saúde e bem-estar.

A colaboração entre governos, empresas, escolas e famílias será essencial para enfrentar esse desafio e criar um futuro mais seguro e equilibrado para as próximas gerações.

Fontes: Agência Brasil 01, 02, BBC 01, 02, 03, CNN 01, 02, Correio Braziliense, Correio do Estado, G1, O Globo, Sociedade Brasileira de Pediatria, Universidade Federal de Minas Gerais e Veja 01, 02