A recente proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para regras de reajustes dos planos de saúde vem causando grande impacto no mercado.
As ações da Hapvida (HAPV3), maior operadora do país, apresentaram quedas, refletindo a preocupação do setor com as mudanças.
ENTENDA AS MUDANÇAS PROPOSTAS PELA ANS
As novas diretrizes incluem alterações importantes na forma como os reajustes dos planos de saúde serão calculados. Entre as principais medidas estão:
- Fim da acumulação de índices financeiros e de sinistralidade: Agora, as operadoras deverão optar por apenas um desses fatores.
- Meta mínima de sinistralidade de 75%: Visa dar mais transparência ao consumidor sobre os reajustes.
- Inclusão de novos parâmetros: Serão definidos padrões mínimos para cláusulas de reajuste e contratos empresariais com menos de mil vidas.
- Atualizações na cobertura: Tratamentos para autismo e novas inclusões no rol de procedimentos agora têm cobertura ilimitada.
COMO ESSAS MUDANÇAS AFETAM O CONSUMIDOR?
A ANS afirma que o objetivo é aumentar a transparência e beneficiar os consumidores, mas analistas apontam desafios.
As novas regras podem limitar a flexibilidade das empresas para ajustar preços, especialmente aquelas que operam com custos mais baixos, como a Hapvida.
Por outro lado, empresas como a SulAmérica, que já operam com uma taxa de sinistralidade acima dos novos limites, devem ser menos impactadas.
A ANS também abrirá uma audiência pública para discutir as medidas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.
REAÇÕES DO MERCADO E DOS INVESTIDORES
As ações da Hapvida registraram quedas acentuadas após o anúncio. No último trimestre, a companhia já vinha enfrentando dificuldades devido à alta judicialização do setor e aumento de provisões para contingências.
Outras empresas do setor também sentiram o impacto: os papéis da Rede D’Or caíram 3,42%.
Segundo o Goldman Sachs, a regulação mais rigorosa pode dificultar a lucratividade das operadoras, enquanto o Itaú BBA acredita que os resultados definitivos das medidas só serão conhecidos após as audiências públicas.
O QUE ESPERAR DO FUTURO DOS PLANOS DE SAÚDE?
Especialistas avaliam que o setor de planos de saúde está em um momento de transição.
Se por um lado as novas regras buscam proteger os consumidores, por outro, representam desafios para as operadoras.
Empresas como a Hapvida deverão ajustar suas estratégias para se adaptar à nova realidade.
A discussão sobre o futuro dos planos de saúde continua aberta. O que está claro é que tanto consumidores quanto operadoras precisam estar atentos aos próximos desdobramentos.
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