O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., anunciou nesta semana que a vacina contra a Covid-19 não vai ser mais recomendada para crianças saudáveis nem para gestantes saudáveis. As vacinas vinham sendo recomendadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) desde que foram disponibilizadas para esses grupos, há vários anos.
Em vídeo publicado na mídia social X, antigo twitter, Kennedy argumenta que não poderia estar mais satisfeito em anunciar que a vacina contra a Covid para crianças saudáveis e gestantes saudáveis foi removida do calendário de imunização recomendado pelo CDC.
Kennedy também afirmou no vídeo, ao lado do Dr. Marty Makary e do Dr. Jay Bhattacharya, que não há dados clínicos que justifiquem a aplicação de doses adicionais em crianças saudáveis.
Contudo, pediatras ressaltam que os bebês mais novos estão entre os que correm maior risco de internação, em níveis semelhantes aos de adultos mais velhos.
A decisão de Kennedy rompe com o processo padrão de recomendação como essa, que normalmente é feita por conselheiros do CDC e aceita — ou rejeitada — pelo diretor da agência. O secretário de Saúde geralmente não se envolve diretamente nessas decisões, mas o CDC atualmente está sem um diretor permanente.
No entanto, o anúncio de Kennedy contradiz a política da FDA, que inclui a gravidez na lista de condições de alto risco para a Covid. Ele não explicou se as vacinas vão continuar sendo oferecidas a crianças que nunca foram vacinadas. Nos 12 meses até agosto, o CDC registrou 150 mortes de bebês, número comparável ao de uma temporada típica de gripe.
Autoridades afirmam que crianças com menos de 4 anos e com condições médicas ainda continuam em alto risco de Covid, por isso ainda se qualificam para a vacinação. O CDC informa que cerca de 13% das crianças receberam a dose atualizada da vacina contra a Covid. Os estados têm autoridade para tornar obrigatórias certas vacinas para crianças que frequentam escolas ou creches. A nova política pode afetar a recomendação de vacinas contra a Covid nos estados.
A medida coloca em dúvida a cobertura de seguros para as vacinas destinadas a crianças ou gestantes. Seguradoras privadas costumam seguir as recomendações dos conselheiros do CDC para decidir o que cobrir, embora o secretário de Saúde tenha poder para sobrepor essas decisões.
Fonte: Forbes; com agências internacionais