Fiocruz desbrava a Antártica em busca de novos vírus
A equipe da Fiontar e do Exército Brasileiro para a Antártica
A equipe da Fiontar e do Exército Brasileiro para a Antártica

Fiocruz desbrava a Antártica em busca de novos vírus

O programa Fioantar, conduzido pela Fiocruz, deu início a uma nova etapa nesta quarta-feira (20).

Quatro pesquisadores embarcaram rumo à Antártica para uma expedição de 45 dias para realizar coletas inéditas diretamente em animais.

Essa abordagem promete avanços significativos no entendimento de microrganismos e seus impactos na saúde global.

INOVAÇÃO EM COLETAS: DIRETAMENTE DOS ANIMAIS

Nas primeiras etapas do Fioantar, as amostras eram obtidas em ambientes como solo, água e excretas de animais.

Agora, os cientistas terão acesso direto a amostras de sangue e swab de aves, como pinguins e petreis.

Isso aumenta a precisão e a qualidade das análises, como destaca Martha Brandão, veterinária do Laboratório de Paleoparasitologia da Fiocruz.

DESAFIOS EXTREMOS DO TRABALHO DE CAMPO

Mesmo durante o verão antártico, quando as temperaturas variam entre -10°C e 10°C, as condições climáticas são desafiadoras.

Ventos de até 60 km/h podem interromper as atividades, e o isolamento exige preparo físico e emocional.

A equipe contará com barracas individuais e suporte técnico da Marinha, incluindo helicópteros e contato diário com navios militares.

FOCO NA SAÚDE MENTAL DURANTE A EXPEDIÇÃO

Dois pesquisadores da Universidade Federal Fluminense integram a equipe para estudar a saúde mental dos acampantes, que enfrentam 45 dias de isolamento em um ambiente inóspito.

IMPACTOS E DESCOBERTAS DO FIOANTAR

Desde sua primeira expedição, em 2019, o Fioantar trouxe contribuições significativas.

Em 2022, foi detectado o vírus influenza A em pinguins, evidenciando a relevância da vigilância na Antártica.

As amostras coletadas são analisadas por 11 laboratórios da Fiocruz, ampliando a chance de identificar bactérias e vírus com impacto na saúde humana e potencial biotecnológico.

O PAPEL DA BIOTECNOLOGIA NA ANTÁRTICA

Além da vigilância de patógenos, a microbiota antártica tem sido explorada por seu potencial biotecnológico. Os cientistas buscam microrganismos com aplicações na medicina, como bactérias do gênero Bacillus.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias