Um estudo realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, acompanhou 3.308 bebês com síndrome congênita da zika até os 3 anos de idade e identificou uma mortalidade 11 vezes maior que a das crianças sem a doença.
As principais causas das mortes variam de acordo com a idade, e entre elas estão anomalias congênitas, doenças infecciosas e parasitárias e causas relacionadas ao sistema nervoso central.
O estudo foi divulgado hoje (24) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicado na revista científica The New England Journal of Medicine. É a primeira pesquisa a acompanhar crianças diagnosticadas com a síndrome até o terceiro ano de vida e faz parte da Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para Zika e suas Consequências, coordenada pelo Cidacs/Fiocruz Bahia.
A síndrome congênita da zika ocorre por alterações no sistema nervoso central dos bebês causadas quando o vírus infecta as mães durante a gravidez. A forma mais conhecida da doença é a microcefalia, mas há também anomalias funcionais, como a dificuldade para engolir, ou sequelas clínicas, como a epilepsia.
Entre as mais de 3 mil crianças com a doença acompanhadas, houve 398 óbitos até os 3 anos de idade. Os pesquisadores identificaram que, para bebês que nascem com menos de 32 semanas ou menos de 1,5 kg, não há diferença na mortalidade quando as crianças com a síndrome são comparadas com as que não têm.
Já para crianças que nascem com 32 a 36 semanas, a síndrome causada pelo zika aumenta as chances de morrer até os 3 anos em nove vezes. E para aquelas que nascem após as 37 semanas, esse risco aumenta em 14 vezes.
O estudo mostra ainda que a chance aumentada de morrer se estende por todo o período de vida analisado. Até os 28 dias de vida, o risco é sete vezes maior do que para as crianças sem a síndrome. Já entre 1 e 3 anos de vida, a possibilidade chega a ser 22 vezes maior.
Fonte: Agência Brasil
Foto: TV Brasil
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