O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou um levantamento que aponta queda de 27 milhões de procedimentos de saúde em 2020 causados pela pandemia como consultas e exames eletivos.
De acordo com o conselho, dados entre março e dezembro de 2020, desde o início da pandemia até o fim do mesmo ano, com o mesmo período de 2019, a diferença foi de 26,9 milhões de procedimentos, sendo 16,6 milhões de exames de diagnóstico, 8,8 milhões de procedimentos clínicos, 1,2 milhões de pequenas cirurgias e 210 mil transplantes.
Os procedimentos que não são de urgência e emergência, chamados de eletivos, tiveram esse impacto relacionado ao direcionamento de uma grande parte das estruturas hospitalares para o atendimento de pacientes de covid-19.
Entre os meses de março e abril de 2020, enquanto o avanço da primeira onda do coronavírus, houve uma queda quase aproximadamente a metade do número de procedimentos, de 8,1 milhões para 4,8 milhões. No mês de abril, foram registrados 5 milhões e em maio, 5,6 milhões. O ano terminou com 8 milhões de procedimento.
As áreas mais afetadas entre março e dezembro de 2020, em comparação com o mesmo período no ano anterior, foram as consultas e exames em citopatologia (-51%), neurologia (-40%), anatomopatologia (-39%), cardiologia (-38%), oftalmologia (-34%) e medicina clínica (-33%)
Não foi realizado 2,8 milhões de cirurgias. Entre os meses de março e dezembro de 2020 foram realizados 4,6 milhões de procedimentos desse tipo, contra 7,5 milhões no mesmo período em 2019.
Os procedimentos que apresentaram mais impacto foram os de oftalmologia (-6,2 milhões), seguidos por radiologia e diagnóstico de imagem (-5,3 milhões), médico-clínico (-2,8 milhões) e radioterapia (-2,5 milhões).
Também sofreram quedas exames como os de gasometria (medição de quantidade de O2 e CO2 no sangue), câncer e Papanicolau, além dos atendimentos em centro de atenção psicossocial, cauterização de lesões na pele e atendimento para indicação ou inserção do dispositivo intrauterino (DIU)
As regiões mais afetadas foram o Nordeste (-31%), Sul (-29%), Sudeste (-27%) e Norte (-21%). Entre estados, as reduções mais intensas se deram em Alagoas (-47%), no Piauí (-45%), Amazonas (-38%), Espírito Santo (-36%), em Mato Grosso do Sul e Sergipe (-35%)
2021
O número de procedimentos eletivos foi de 50 milhões no 1º semestre de 2020, o que representa 20% a mais do que no 1º semestre de 2020, em que foram registrados 41,6 milhões de consultas, exames e cirurgias. Quando comparado com o 1º semestre de 2019, o dado revela uma queda de -14%.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) acredita que seja possível adotar medidas para compensar a queda, como campanhas para os pacientes, sobretudo para os que têm doenças crônicas.
Ministério da Saúde
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a organização dos procedimentos de saúde e dos critérios para definir prioridades é de responsabilidade dos estados e municípios e que disponibilizou R$ 350 milhões em recursos adicionais para fossem realizados esses tipos de procedimento.
Ainda de acordo com o Ministério, no primeiro semestre foram realizados 3,7 milhões de cirurgias eletivas, e houve aumento em relação ao mesmo período de 2020, com 3,4 milhões desses procedimentos, mas ainda há queda em comparação ao primeiro semestre de 2019, quando equipes de saúde fizeram 4,9 milhões de cirurgias.
Fonte: Agência Brasil
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