Dengue em foco: as estratégias para reduzir casos com os Wolbitos
Mosquito Aedes aegypti
Mosquito Aedes aegypti

Dengue em foco: as estratégias para reduzir casos com os Wolbitos

O Brasil vem enfrentando um aumento de casos de dengue e outras arboviroses nos últimos anos.

Em meio a esse cenário, o método Wolbachia desponta como uma solução inovadora e sustentável para combater essas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

COMO FUNCIONA O MÉTODO WOLBACHIA

A Wolbachia é uma bactéria naturalmente encontrada em 60% dos insetos, mas ausente no Aedes aegypti.

Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, Zika e chikungunya se desenvolvam.

Os chamados “wolbitos”, mosquitos infectados com Wolbachia, são liberados no ambiente e, ao se reproduzirem, formam uma nova população de mosquitos com a mesma capacidade de bloquear os vírus.

IMPACTO NO COMBATE ÀS ARBOVIROSES

Resultados obtidos em Niterói (RJ), primeira cidade brasileira com 100% de cobertura do método, mostram redução de 69,4% nos casos de dengue, 56,3% de chikungunya e 37% de Zika.

Atualmente, o método Wolbachia está presente em 11 cidades brasileiras e expandi-lo para mais 40 municípios esse ano, incluindo regiões com altos índices de incidência dessas doenças.

BIOFÁBRICA DE FOZ DO IGUAÇU: UMA PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA

Desde julho de 2024, a Biofábrica do Método Wolbachia em Foz do Iguaçu (PR) tem produzido cerca de 1,3 milhão de mosquitos infectados por semana.

Essa produção visa cobrir 50% do território do município até abril desse ano. A área abrangida inclui mais de 128 mil habitantes, sendo uma importante frente de combate às arboviroses na região.

OUTRAS TECNOLOGIAS EM IMPLEMENTAÇÃO

Além do método Wolbachia, o Ministério da Saúde tem apostado em soluções como as Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs), a Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI) e o uso de Insetos Estéreis.

Essas ações buscam conter a reprodução do mosquito e reduzir os criadouros.

A RELAÇÃO ENTRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ARBOVIROSES

As mudanças climáticas têm contribuído para a ampliação da área de incidência da dengue no Brasil.

Fenômenos como o El Niño, que intensifica o calor e as chuvas, criam condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Estudos apontam que o calor e a umidade aceleram a reprodução do vetor, aumentando o risco de surtos.

VACINAÇÃO: UMA ESTRATÉGIA PARA O FUTURO

O Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de uma vacina capaz de proteger contra os quatro sorotipos do vírus da dengue.

O imunizante está em fase final de aprovação pela Anvisa, trazendo esperanças para a redução dos casos de dengue nos próximos anos.

O FUTURO DO COMBATE À DENGUE NO BRASIL

Com o avanço de tecnologias como o método Wolbachia, aliado à educação em saúde e às ações preventivas, o Brasil se fortalece para conter o impacto das arboviroses.

No entanto, o engajamento da população em eliminar criadouros é fundamental para complementar esses esforços.

Fontes: Ministério da Saúde, Agência Brasil e Portal do Butantan