O custo dos planos de saúde para crianças está surpreendentemente ultrapassando o dos idosos, uma mudança marcante em relação ao histórico de maiores gastos médicos nessa faixa etária. O principal motivo por trás desse fenômeno é o aumento significativo no volume de atendimentos para o tratamento do espectro autista. Enquanto há uma maior precisão nos diagnósticos, também há uma crescente judicialização e preocupações sobre possíveis fraudes.
AUMENTO EXPONENCIAL DE GASTOS NA FAIXA ETÁRIA INFANTIL
Um estudo conduzido pela consultoria Funcional revela que o custo dos planos de saúde para a faixa etária de 0 a 18 anos aumentou em 43% no ano de 2022 e mais 16% no ano passado. Essa variação é até três a quatro vezes maior do que a observada entre os indivíduos com mais de 59 anos, tradicionalmente os que demandam mais despesas médicas.
“Italoema Sanglard, atuária da Funcional Health Tech, destaca que os maiores gastos estão concentrados entre crianças de três a seis anos, que frequentemente necessitam de múltiplas terapias.”
EXPLOSÃO NO NÚMERO DE ATENDIMENTOS A PACIENTES AUTISTAS
O aumento nos custos começou em meados de 2022, quando as operadoras de planos de saúde foram obrigadas a cobrir um número ilimitado de sessões terapêuticas para pacientes com transtornos do espectro autista (TEA) e global do desenvolvimento (TGD). Essas terapias, como fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional, viram uma demanda explosiva, especialmente entre crianças autistas.
IMPACTO NO SETOR DE SAÚDE E NA OFERTA DE PLANOS
Esse crescimento exponencial de terapias para pacientes com autismo reflete não apenas o avanço nos diagnósticos, mas também um aumento significativo na judicialização e o surgimento de fraudes. Muitos terapeutas optam por não se credenciar aos convênios médicos, levando os pacientes a buscar atendimento particular e, em alguns casos, recorrer à justiça para reembolsos.
DESAFIOS E RESTRIÇÕES REGULATÓRIAS
Essa realidade coloca desafios significativos para as operadoras de planos de saúde, que estão revendo a oferta de planos para a faixa etária infantil, assim como já fazem para os idosos. Além disso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece limites para a variação de preços entre diferentes faixas etárias, o que impacta diretamente na precificação dos planos.
DESAFIOS E ADAPTAÇÕES NO SETOR DE SAÚDE
Em suma, o aumento nos custos dos planos de saúde para crianças, impulsionado pelo crescente número de diagnósticos de autismo, está remodelando o panorama do setor de saúde suplementar. Enquanto isso, as operadoras buscam equilibrar os valores e garantir o cumprimento das regulamentações vigentes, ao mesmo tempo em que enfrentam desafios relacionados à judicialização e às fraudes.
Fonte: Valor
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