A CPI da Covid-19 no Senado Federal retoma nesta terça-feira, 1º, as audiências ouvindo a médica oncologista e infectologista Nise Yamaguchi. Defensora do uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus, ela é próxima do presidente Jair Bolsonaro e já foi consultada por ele em diferentes ocasiões durante a pandemia.
A especialista também é apontada como uma das integrantes do “gabinete paralelo”, o que senador Renan Calheiros (MDB- AL) chamou de “Ministério da Doença”.
No chamado G7, grupo parlamentares independentes e de oposição, prevalece o entendimento de que as oitivas realizadas durante o primeiro mês de trabalhos da CPI, revelam que o governo do presidente Jair Bolsonaro negligenciou a compra de vacinas contra o coronavírus e foi orientado por um grupo de à parte, sobre assuntos relacionados ao combate da crise sanitária.
Em seu depoimento à CPI, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmou que partiu da imunologista a ideia de alterar a bula da cloroquina, a fim de recomendá-la para o tratamento da doença. Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, o fármaco é comprovadamente ineficaz.
Agenda – Nas próximas sessões serão convocados nomes como o empresário Carlos Wizard (em 17 de junho) e o ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub (ainda sem data).
Os senadores que compõem o grupo majoritário da CPI da Pandemia também decidiram que irão alterar o cronograma da comissão para as próximas semanas, antecipando dois depoimentos que ainda não estão com data acertada: a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a fala de Luana Araújo, médica escalada para comandar uma secretaria dedicada à Covid-19 e cuja nomeação foi barrada pelo Palácio do Planalto.
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