Pesquisadores do Instituto Butantan identificaram uma molécula chamada Doderlina, que possui propriedades antimicrobianas. Essa molécula foi obtida de uma bactéria chamada Lactobacillus acidophilus, que vive naturalmente no corpo humano. A Doderlina não é prejudicial à saúde e pode se tornar um novo tipo de antibiótico no futuro, ajudando a combater infecções resistentes.
A resistência antimicrobiana é um grande problema de saúde pública, causado principalmente pelo uso indiscriminado de antibióticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a considera uma das principais ameaças à saúde global. Acredita-se que esse problema possa custar trilhões de dólares à economia mundial até 2050 e, por isso, é urgente desenvolver novos antibióticos.
Em testes de laboratório, a Doderlina mostrou eficácia contra bactérias resistentes, como a Escherichia coli e a Pseudomonas aeruginosa, que podem causar várias doenças. Além disso, a Doderlina também combateu o fungo Candida albicans, responsável pela candidíase, uma infecção comum em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.
Os pesquisadores acreditam que essa molécula pode ser usada na fabricação de medicamentos e até mesmo na indústria de alimentos para prevenir contaminações e tratar animais infectados.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Instituto Butantan, liderados pelo cientista Pedro Ismael da Silva Junior e pela estudante de mestrado Bruna Souza da Silva. Para avançar na pesquisa, eles estão buscando parcerias para realizar testes em animais e, se bem-sucedidos, realizar testes clínicos. No entanto, é importante notar que leva muitos anos para um novo medicamento ser desenvolvido e disponibilizado no mercado.
O grupo de pesquisa do Laboratório de Toxinologia Aplicada do Instituto Butantan tem experiência em identificar compostos antimicrobianos em diversas fontes, incluindo veneno de animais peçonhentos e plantas. Eles buscam esses compostos naturais para desenvolver novos tratamentos terapêuticos.
Além disso, após identificar um composto com propriedades antimicrobianas, os pesquisadores trabalham para aprimorá-lo, tornando-o mais eficaz e seguro. Isso envolve a análise das partes mais importantes da molécula para sua ação terapêutica, para torná-la mais acessível e eficiente.
Fonte: Instituto Butantan
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