Várias são as formas de manter o corpo em movimento, inclusive, algumas modalidades estão se tornando cada vez mais comum, e à exemplo disso, se tem o Cross Training, traduzido para o português como treinamento cruzado ou treino funcional. “É um método de treino que induz o corpo a estímulos em alta intensidade com movimentos que trabalham todo o movimento humano, seja só com o peso corporal, aprendendo a ter consciência do seu próprio corpo, ou com uso de cargas externas através dos mais diversos tipos de implementos”, explica o profissional de educação física Júlio Souza.
Ele acrescenta que no cross training, o objetivo é não ter um treino específico, mas focar em como o corpo se move naturalmente. “Puxar, agachar, empurrar, saltar, correr, são exemplos disso, e por trabalhar força e capacidade aeróbia num mesmo treino e recrutando diferentes grupos musculares, é tão eficiente quanto um dia inteiro de periodização, se por acaso, realizasse um treino para trabalhar cada capacidade física separadamente, pois já se sabe que o combinado de aeróbio com musculação é o melhor sistema para estimular os aspectos de saúde mas em ‘aulas diferentes’, por exemplo. O cross training trabalha tudo isso junto e dependendo da aula, uma pode predominar. Em uma única aula pode-se conquistar o estímulo que o corpo precisa”.
Segundo o especialista, os benefícios podem ser:
Desempenho motor;
Coordenação óculo manual e podal, ou seja, coordenar olhos e mãos e olhos e pés;
Fortalecimento dos flexores e eretores da coluna;
Ganhos em flexibilidade e estabilização dos segmentos e articulações como um todo;
Melhora na resposta das situações do seu cotidiano como controle da saúde como estabilização da pressão arterial, sono reparador, estímulo aos hormônios que regulam saciedade e felicidade, entre tantos outros que vem com uma prática regular de exercícios orientados;
Fator interpessoal pelo fato de manter uma convivência sadia com outros e participar de um grupo acarreta diferentes tipos de ganhos ao neural e psicológico do ser humano.
Riscos
Ele esclarece que, os riscos associados são os mesmos de qualquer outro tipo de atividade física que seja realizada sem a orientação adequada de um profissional da área da educação física.
O treino
De acordo com o profissional de educação física, o treino é composto pela soma de três esportes que são endurance, ginástica e levantamento de peso olímpico. “É uma prática mais específica onde realizamos movimentos com grande variação e progressão de carga. É a parte do treino que demanda mais técnica e necessita já ter estabelecido uma boa base de postura e de força”.
- Ginástica: são exercícios com o peso corporal, barra fixa, argola e corda de pular. Aqui já temos um leque bem maior de adaptações que atendem o nível de cada aluno, mesmo assim, uma boa base postural e principalmente de consciência corporal se faz extremamente necessária para alcançar exercícios mais complexos;
- Endurance: treinos de estímulo intervalado em que o aluno fica o maior tempo possível em exposição a prática. Tem o peso externo, implementos ou um movimento específico, que não é uma regra, mas pode, ocasionalmente, acontecer. São treinos que ajudam a melhorar o condicionamento.
Júlio pontua quanto à importância da segurança dos alunos que realizam a prática e da supervisão do professor. “Convivemos numa área de treino com implementos como barras, caixotes, kettebell, dumbell, anilhas, barras fixas e argolas para suspensão, então as aulas devem ser desenhadas para resguardar os alunos numa prática segura sem riscos para ele, ou para outro que compartilha o espaço, por isso também o profissional que orienta deve manter sempre a atenção durante as aulas”.
O especialista reforça, também, que se trata de um treino democrático e qualquer um, independente de idade e histórico de práticas anteriores, pode realizá-lo sem problemas. “Todos os exercícios possuem uma gradação que se aproxima do estímulo pretendido, com exceção de laudo médico que identifique uma proibição a algum movimento, mesmo assim, uma equipe multidisciplinar será mais eficiente para diagnosticar antes de qualquer proibição”.
Dicas para começar
O profissional lembra que antes de começar o cross traning, o ideal é encontrar um lugar em que a pessoa se sinta bem. “Além da estrutura e profissionais dedicados que lhe orientarão durante as aulas, ache um lugar que te acolha, onde você consiga criar novas amizades, inclusive, convide seus amigos antigos também, pois nada melhor que o estímulo de uma cara conhecida pra dar aquela ‘puxada’ durante os treinos”.
Além disso, ele ressalta a importância de se alimentar de forma adequada, e se possível, consultar um nutricionista, se hidratar e cumprir as horas de sono recomendadas. “Quanto aos treinos, buscamos sempre respeitar o tempo de treino de cada aluno, quando recebemos um iniciante numa conversa é realizada uma anamnese da sua atual situação de saúde, treino, dificuldade, e também o que ele busca alcançar ali”.
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