As novidades da infectologia: um panorama atual
Diferentes tipos de vírus, bactérias e células
Diferentes tipos de vírus, bactérias e células

As novidades da infectologia: um panorama atual

Estamos finalmente vendo uma redução nos casos da recente epidemia de dengue. Mesmo assim, já precisamos pensar na possível volta da doença em 2025.

É crucial se vacinar contra a dengue agora, para estarmos protegidos quando a temporada de chuvas e calor chegar.

Precisamos considerar a dengue o ano todo, não apenas quando a situação se agrava.

COQUELUCHE: O RETORNO SURPREENDENTE

A coqueluche voltou a ser um problema tanto no Brasil quanto no exterior. Muitas pessoas se perguntam se ainda há casos dessa doença em 2024 e se todos não estão imunizados.

A resposta é preocupante: estamos vendo um aumento significativo nos casos desta doença infecciosa aguda causada pela bactéria Bordetella pertussis, que se transmite facilmente por gotículas respiratórias e pode ser especialmente grave em crianças menores de um ano.

A coqueluche, também conhecida como “tosse comprida”, não confere imunidade permanente, nem para os vacinados, nem para os que já foram infectados.

Portanto, é necessário se vacinar contra esta bactéria a cada dez anos com a vacina tríplice bacteriana tipo adulto, que também inclui difteria e tétano.

O diagnóstico da coqueluche pode ser confirmado via teste PCR (Biomol) na secreção de nasofaringe, e o tratamento é feito com antibióticos específicos.

MPOX: SURTO NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

A República Democrática do Congo está enfrentando o maior surto de Mpox (Monkeypox, também conhecida como Varicela do Macaco) do último século, com mais de 600 mortes e 13.000 casos suspeitos relatados.

Uma mudança genética no vírus tornou a atual Clade 1 muito mais agressiva e contagiosa.

A OMS publicou recentemente um documento sobre métodos para prevenir e controlar a disseminação da Mpox.

GRIPE AVIÁRIA: VIGILÂNCIA CONSTANTE É ESSENCIAL

A gripe aviária, causada pelo vírus da influenza aviária, continua sendo uma ameaça monitorada de perto em todo o mundo, especialmente devido aos surtos recentes do vírus H5N1 em aves e gado nos Estados Unidos.

Embora ainda não tenha havido sinais de transmissão de humano para humano, a vigilância contínua é crucial para identificar qualquer mudança na transmissão do vírus.

Medidas básicas de prevenção incluem evitar contato direto com aves doentes ou mortas, manter boas práticas de higiene, consumir apenas produtos de aves bem cozidos e leite pasteurizado, e usar equipamentos de proteção individual (EPI) ao trabalhar em ambientes de risco.

PREVENÇÃO DO VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR)

O ano de 2024 é dedicado à prevenção do vírus sincicial respiratório (VSR). Duas vacinas estão disponíveis atualmente:

  • Abrysvo (Pfizer), para adultos acima de 60 anos e gestantes entre 32 a 36 semanas de gestação
  • Arexvy (GSK), para adultos maiores de 60 anos.

Além disso, um novo anticorpo monoclonal, Beyfortus (Niservimabe, da Sanofi), oferece proteção prolongada para recém-nascidos e bebês com apenas uma dose.

A grande limitação dessas novas ferramentas de prevenção é o acesso aos produtos, que têm alto custo e baixa disponibilidade.

Mesmo assim, a imunização é essencial para proteger os mais vulneráveis, como idosos, bebês e pessoas com condições médicas específicas.

As doenças infecciosas continuam a ser um desafio constante, exigindo vigilância e medidas preventivas rigorosas.

A vacinação e a conscientização são nossas melhores armas na luta contra essas doenças. Fique atento às recomendações de saúde e proteja-se e a sua comunidade.

Fonte: Futuro da Saúde