
Nesta quinta-feira (27), o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), lançou o AppHANS, uma ferramenta digital que promete transformar o combate à hanseníase no Brasil.
O aplicativo foi desenvolvido para facilitar o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o monitoramento da doença, que ainda é um grande desafio para a saúde pública no país.
O QUE É O APPHANS?
O AppHANS é um aplicativo de fácil uso, disponível para smartphones, tablets e computadores.
Ele utiliza a tecnologia Progressive Web App (PWA), que permite o acesso por meio de navegadores web e diferentes sistemas operacionais.
Com uma interface simples e intuitiva, o aplicativo permite que profissionais de saúde registrem e consultem dados sobre casos suspeitos e confirmados de hanseníase de forma rápida e eficiente.
COMO O APPHANS AJUDA NO COMBATE À HANSENÍASE?
O aplicativo oferece módulos que apoiam os profissionais de saúde em diferentes etapas do atendimento.
Para casos suspeitos, há orientações sobre investigação clínica e acompanhamento domiciliar.
Já para casos confirmados, o AppHANS oferece suporte com informações sobre classificação operacional, avaliação neurológica simplificada e reações hansênicas.
Durante o lançamento, Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), destacou a importância da ferramenta.
“O AppHANS é uma inovação que vem para agilizar o diagnóstico e melhorar o acompanhamento dos pacientes, fundamental para o controle da doença no país”.
HANSENÍASE NO BRASIL: UM DESAFIO HISTÓRICO
A hanseníase é uma doença conhecida há mais de quatro mil anos, mas ainda hoje é um problema de saúde pública no Brasil.
O país ocupa a 2ª posição no mundo em número de novos casos, com regiões mais afetadas que outras.
A doença, que pode causar lesões neurais e deficiências físicas, ainda carrega um estigma social que dificulta o diagnóstico e o tratamento.
A partir da década de 1980, o Brasil começou a mudar sua estratégia de cuidado com os pacientes, fechando os chamados “hospitais colônia” e proibindo o uso do termo “lepra” em documentos oficiais.
Essas mudanças foram importantes para reduzir o preconceito e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
SINTOMAS E TRANSMISSÃO DA HANSENÍASE
Os sintomas mais comuns da hanseníase incluem manchas na pele com alteração de sensibilidade, formigamento nas mãos e pés, e comprometimento dos nervos periféricos.
A transmissão ocorre por meio de contato próximo e prolongado com pessoas infectadas, principalmente por meio de gotículas respiratórias.
É importante destacar que a hanseníase não é transmitida por abraços, compartilhamento de pratos ou roupas de cama.
Apenas pessoas com muitos bacilos (multibacilares) são consideradas contagiosas, e isso só ocorre antes do início do tratamento.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico da hanseníase é feito por meio de exames dermatológicos e neurológicos.
Em casos mais complexos, os pacientes são encaminhados para unidades de saúde especializadas para confirmação do diagnóstico.
O tratamento é eficaz e gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase é um instrumento importante para que os pacientes acompanhem seu tratamento e recebam orientações sobre autocuidado e direitos.
O FUTURO DO COMBATE À HANSENÍASE
O lançamento do AppHANS e a divulgação do mais recente Boletim Epidemiológico sobre a hanseníase são passos importantes para o Brasil alcançar a meta de eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030.
A transparência nas informações e a colaboração entre profissionais de saúde são fundamentais para o sucesso dessa missão.
Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, reforçou a importância do webinário de lançamento.
“Este webinário é um marco importante no avanço da luta contra a hanseníase, pois as inovações tecnológicas, como o AppHANS, são fundamentais para otimizar a gestão da doença”.
COMO DENUNCIAR DISCRIMINAÇÃO
Apesar dos avanços, o estigma e a discriminação ainda são desafios para os pacientes de hanseníase.
Práticas discriminatórias podem ser denunciadas em canais como as ouvidorias de saúde e o DISQUE SAÚDE 136.
O Brasil é o primeiro país do mundo a proibir o uso de linguagem discriminatória contra pessoas com hanseníase, mas ainda há muito a ser feito para garantir que todos os pacientes tenham acesso ao tratamento e ao apoio necessário.
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