A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) divulgou recentemente duas aprovações importantes relacionadas à saúde. O primeiro registro diz respeito ao produto Kit IBMP Biomol Rickettsiose, desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), para auxiliar e confirmar o diagnóstico clínico da febre maculosa brasileira (FMB). A febre maculosa é uma doença transmitida por carrapatos infectados por bactérias do gênero Rickettsia spp. e Rickettsia rickettsii.
O Kit IBMP Biomol Rickettsiose utiliza a técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real para detectar marcadores específicos do material genético das bactérias causadoras da febre maculosa. O teste é qualitativo, indicando a presença ou ausência dos alvos moleculares na amostra biológica. Profissionais de saúde com conhecimento em biologia molecular podem realizar o teste, utilizando DNA total extraído de amostras de sangue, soro ou coágulo dos pacientes.
Essa aprovação marca o segundo produto registrado no Brasil para o diagnóstico da febre maculosa. Em 2020, a ANVISA registrou o produto Família Kit de Detecção por PCR em Tempo Real VIASURE Doenças Transmitidas por Carrapatos, que auxilia no diagnóstico de doenças transmitidas por carrapatos, em combinação com fatores de risco clínicos e epidemiológicos.
As doenças transmitidas por carrapatos englobam diversas infecções causadas por bactérias, vírus ou parasitas presentes nesses aracnídeos. Devido à semelhança dos sintomas dessas doenças, o diagnóstico pode ser desafiador. Por isso, os testes de PCR em tempo real representam uma ferramenta valiosa para a detecção do agente causador.
Além disso, em outra aprovação, a ANVISA também registrou um novo medicamento para o controle do colesterol ruim (LDL). Trata-se da inclisirana, desenvolvida pela Novartis. Esse medicamento é uma injeção administrada duas vezes ao ano e tem como objetivo controlar os níveis de colesterol em pacientes que estão em alto risco de infarto e AVC.
A inclisirana atua bloqueando temporariamente a produção da proteína PCSK9, que degrada os receptores responsáveis por captar o LDL no sangue. Ao bloquear essa enzima, o corpo do paciente consegue eliminar mais eficientemente o colesterol ruim, reduzindo assim o risco de complicações cardiovasculares. Estudos demonstraram que a inclisirana pode reduzir, em média, 52% dos níveis de LDL com apenas duas aplicações ao ano.
Esse medicamento já é comercializado em outros países, como a União Europeia e os Estados Unidos, e em breve estará disponível nas farmácias brasileiras, aguardando apenas a definição do preço pela ANVISA.
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