
Nesta quarta-feira (16/4), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou medidas mais rigorosas para a prescrição e venda de medicamentos agonistas GLP-1, classe que inclui remédios como semaglutida (Ozempic), liraglutida (Victoza) e tirzepatida (Mounjaro).
A partir de agora, as receitas deverão ser emitidas em duas vias, com uma delas retidas pelas farmácias, seguindo o mesmo modelo já adotado para antibióticos. A validade da prescrição será de 90 dias.
POR QUE A ANVISA TOMOU ESSA DECISÃO?
A medida foi motivada pelo aumento de relatos de efeitos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas, especialmente para emagrecimento.
Dados do sistema VigiMed, da Anvisa, mostraram que o Brasil registra mais eventos adversos desse tipo do que a média global.
“Há um incentivo preocupante ao uso desses remédios apenas para fins estéticos, sem acompanhamento médico adequado”, alertou Rômison Mota, diretor-presidente substituto da Anvisa.
QUAIS MEDICAMENTOS ESTÃO NA LISTA?
- Semaglutida (Ozempic);
- Liraglutida (Victoza);
- Dulaglutida (Trulicity);
- Exenatida (Byetta);
- Tirzepatida (Mounjaro);
- Lixisenatida (Lyxumia).
USO “OFF LABEL”: O QUE MUDA PARA MÉDICOS E PACIENTES?
A Anvisa reforça que a decisão não proíbe o uso desses medicamentos para outras finalidades além das aprovadas na bula (chamado de uso “off label”).
No entanto, a prescrição deve ser feita com responsabilidade, garantindo que o paciente esteja ciente dos riscos.
“São medicamentos novos, e ainda estamos aprendendo sobre seus efeitos a longo prazo”, explicou Mota.
PRÓXIMOS PASSOS
As novas regras entrarão em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.
Farmácias e drogarias terão que registrar a venda desses medicamentos no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC).
O QUE ISSO SIGNIFICA PARA QUEM USA ESSES REMÉDIOS?
Pacientes que já utilizam esses medicamentos com acompanhamento médico não precisam se preocupar, mas devem ficar atentos às novas regras na hora de comprar.
Já quem busca esses remédios apenas para emagrecer deve reconsiderar: “A saúde não pode ser colocada em risco por promessas de emagrecimento rápido”, finalizou a Anvisa.
Fonte: Anvisa
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