O comportamento agressivo de crianças e adolescentes quando ocorrem com muita frequência é necessário ter atenção pois esse comportamento pode indicar acompanhamento psicológico. A separação dos pais ou luto por um ente querido estão entre as causas que motivam atitudes como agressão verbal e física.
A psicóloga Roberta Rios explica quando as condutas devem ser observadas com mais cuidado pelos pais ou responsáveis. “Consideramos o comportamento de uma criança agressivo quando ela não consegue manter a estabilidade do humor, se descontrola com muita facilidade, grita, bate e ofende. A agressão não é apenas física, mas também verbal. Aquela criança que grita o tempo todo com o outro, também podemos considerá-la agressiva e também aquela que sempre tem uma resposta de ataque. Consideramos um comportamento agressivo principalmente quando ocorre muita frequência”, afirma.
É muito importante avaliar a intensidade e a frequência do comportamento agressivo pois existem fatores que contribuem para essas reações. “Algumas situações se desencadeiam e podem ser gatilhos para essa agressividade e pode estar relacionado a causas específicas. As crianças que estão passando pela separação dos pais, adolescentes que às vezes são rejeitados num relacionamento amoroso podem desenvolver essa agressividade não apenas só com aquele objeto, mas com vários atores, com familiares em casa, então, essa agressividade pode ser pulverizada”, pontua a especialista.
De acordo com a psicóloga essas causas específicas também pode ser uma resposta da dinâmica feita em casa pelos pais. “É muito difícil uma criança também não aprender que a resposta violenta é uma forma de solucionar problemas. A causa também tem a ver sobre como os pais se comportam diante de uma situação”, destaca.
A agressividade pode afetar consideravelmente a vida de uma criança e de um adolescente. “Quando esse sofrimento e essa agressividade começam a interferir em outras áreas da vida, essa criança não consegue se relacionar, tem problemas na escola, problemas com os pais, ela tem problemas com os irmãos, com os primos, onde ela grita, ela bate, ela não consegue dizer aquilo que ela sente de uma outra forma e aí precisamos ajudar essa criança a encontrar saídas para essa agressividade”, ressalta a psicóloga.
Roberta esclarece que na maioria das vezes esse comportamento não é um transtorno e está relacionado à uma causa. “O comportamento agressivo não é um transtorno, na maioria das vezes é uma questão de dinâmica familiar, de aprendizagem, de ensinar essa criança lidar com essa raiva dela que não seja bater no outro, que não seja agredir. É necessário encontrar uma saída para essa raiva e agressividade”.
Por fim, a especialista pontua algumas saídas para lidar com esse comportamento. “Nunca reagir a agressividade dessa criança com agressividade, colocar a questão do limite, além de falar de uma maneira firme e gentil. Fazer essa criança entender que existe alguém que vai barrá-la que existe autoridade e um limite para aquilo que é aceitável. É importante acolher o que essa criança sente e ensinar para ela que existe saída para essa agressividade que não seja bater ou gritar com o outro e assim esse caminho vai sendo construído”, finaliza.
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