Quando se fala em transplante de medula óssea, a maioria das pessoas não tem certeza do que se trata. O que acontece? Como é realizado? O mais conhecido seria para o tratamento da leucemia. Mas o que o brasileiro não sabe, é que o transplante de medula além de ajudar no tratamento da leucemia, ela possibilita no tratamento e cura de outras doenças.
Mas o que seria a medula óssea? Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), é um tecido com uma textura gelatinosa que fica dentro dos ossos, popularmente conhecido como “tutano”. Tendo a principal função de desenvolver as células sanguíneas, como a produção dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e as plaquetas.
Já o transplante de medula óssea é o tratamento que é indicado para pessoas que estão com alguma doença que esteja afetando a produção dessas células, como o câncer das células brancas, conhecida como leucemia e o linfoma, que ataca um tipo específico de células brancas conhecidas como linfócitos. O transplante substitui a medula óssea doente por uma medula óssea saudável para criar células normais que não agridem o sistema sanguíneo e imunológico.
O hematologista João Saraiva explica que primeiro são avaliados parentes e depois voluntários. “Quando a gente fala de doador de medula óssea, a gente tem que entender que existem vários grupos. A gente sempre busca o doador dentro da própria família do paciente, principalmente irmãos, quando 100% compatíveis. Ou pai, mãe, filhos e irmãos que são 50% compatíveis. Quando não encontramos doadores destes grupos, nós vamos atrás dos doadores de banco como o REDOME. Onde as pessoas podem se cadastrar e ter uma pequena amostra de sangue coletada e entrar nesse grande banco que tem interface mundial com diversos grupos de pacientes.”
Em 2015, Seiji Mateus Gonçalves Silva residente de Viseu, tinha 18 anos quando estava jogando uma partida de futebol, quando bateram em sua perna. Até aí, tudo bem, mas o hematoma e o inchaço não melhoravam e ele foi para o hospital ser internado e fazer exames. E foi na análise do sangue que se percebeu algo estranho, já que os componentes estavam baixos e ele não tinha histórico de doenças. Seiji foi diagnosticado com uma rara doença chamada anemia aplásica ou aplástica, uma doença autoimune que conforme a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE) causa a destruição das células troncos, resultando no falecimento da medula óssea. A única solução seria um transplante.
Durante o tratamento em que recebia concentração de plaquetas e hemácias, Seiji ficou no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (REREME) à espera de um doador. Indo toda semana para o hospital, a preocupação era constante em sua vida. Se teria o medicamento, doações de sangue suficientes, se iria passar mal ou até mesmo viver. Seiji diz ainda que era difícil achar um doador compatível pela falta de pessoas cadastradas. Mas no final de 2019 a espera acabou, após cinco anos de espera, um doador 90% compatível foi encontrado nos Estados Unidos. E no início de 2020 ele recebeu o transplante e agora faz monitoramento no Hemocentro na Fundação Hemopa periodicamente.
Dados fornecidos pelo REDOME mostram que há 5.541.790 brasileiros doadores cadastrados em todo o país, mais da metade se concentrando na região sudoeste. Já na região norte, o estado do Pará é o que tem mais doadores cadastrados, 124.034 pessoas que se voluntariaram. O HEMOPA cita que do início de 2022 até o momento, 1.934 pessoas se cadastraram no estado e quanto mais pessoas se cadastrarem, maiores as chances do paciente sobreviver.
João Saraiva diz que “é importante frisar que não existem prejuízos significativos a curto, médio e longo prazo para o doador já que progressivamente, a medula do doador é reconstituída e ele passa o resto da sua vida sem nenhuma condição que afete sua saúde nesse sentido.”
Hoje Seiji tem 25 anos e tem uma rotina normal. É eternamente grato pela pessoa dos Estados Unidos que se cadastrou e se disponibilizou a vir ao Brasil para fazer a doação e se sente aliviado por não depender mais da doação de sangue. Quem tiver interesse de se cadastrar como doador, abaixo tem os critérios e os locais na capital e no estado do Pará. Basta estar com um documento original com foto.
Critérios para o cadastro de Medula Óssea:
Onde doar e se cadastrar:
Hemocentro Belém
Travessa Padre Eutíquio, nº 2109, Bairro Batista Campos.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, 7h30 às 18h, e no sábado, das 7h30 às 17h.
Contato: 0800 280 8118.
Posto de coleta do Castanheira
Rodovia BB-316, KM 01 – Pórtico Belém, Bairro Castanheira.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h.
Sábados, das 7h30 às 17h.
Domingos, das 8h às 15h.
Contato: 0800 280 8118.
Posto de coleta do Pátio Belém
Tv. Padre Eutíquio, n° 1078, Bairro Batista Campos.
(Estação Cidadania, 1º Piso do Shopping Pátio Belém).
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10 às 16h30.
Hemocentro Castanhal
Novo endereço: Rua Quincas Nascimento, nº 521, Bairro Saudade.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Fone: 3412-4400 (geral) / 3412-4404 (serviço social).
Hemocentro de Santarém
Avenida Frei Vicente, nº 696, entre as alamedas 30 e 31 (Aeroporto Velho).
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Fone: (93) 3524-7550.
Hemocentro de Marabá
Rodovia BR-230 (Transamazônica), Quadra 12, s/n (Agrópole do Incra).
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Contato: (94) 3312-9150.
Hemonúcleo de Abaetetuba
Avenida Santos Dumont, s/n, Bairro São Lourenço.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.
Contato: (91) 98568-3396.
Hemonúcleo de Altamira
Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, s/n, Esplanada do Xingu.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.
Contato: (93) 98415-6282.
Hemonúcleo de Capanema
Rodovia BR-308, KM-0, s/n, São Cristóvão.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30.
Contato: (91) 98568-3339.
Hemonúcleo de Redenção
Avenida Santa Tereza, s/n, Centro.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h30.
Contato: (94) 98414-3955.
Hemonúcleo de Tucuruí
Avenida Veridiano Cardoso, s/n, BR 422, Santa Mônica.
Atendimento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Contato: (94) 98415-9006.
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