A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento significativo nos casos de dengue nas Américas. No primeiro semestre de 2023, a região registrou 2,9 milhões de casos da doença, sendo o Brasil responsável por quase 80% desse número, com 2,3 milhões de diagnósticos. A OMS destaca que os países com maior incidência estão concentrados na América do Sul, como Bolívia e Peru. Esse surto se deve, em parte, ao ciclo natural das epidemias de dengue, que costumam ocorrer com maior intensidade a cada três ou cinco anos.
O aumento dos casos de dengue no Brasil em 2023 foi de mais de 70% em comparação com a média dos últimos cinco anos. Essa escalada alarmante resultou em mais de 800 mortes no país até o momento. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destaca que além do ciclo da doença, fatores como falhas nas políticas de enfrentamento, mudanças climáticas e fenômenos como o El Niño, que aumentam a temperatura, também interferem nos números.
A pandemia de Covid-19 também teve um impacto negativo no combate ao Aedes aegypti, vetor da dengue. As ações dos agentes de combate à endemia foram prejudicadas durante esse período, resultando na descontinuidade na compra de produtos como inseticidas utilizados para combater o vetor. Apesar da disponibilidade de vacinas contra a dengue, elas ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Duas vacinas foram aprovadas pela Anvisa, uma do laboratório francês Sanofi Pasteur, indicada apenas para quem já teve a doença, e outra da farmacêutica japonesa Takeda, com restrições de idade. Por enquanto, essas vacinas podem ser encontradas apenas em clínicas particulares, mas a vacina japonesa está em avaliação para possível inclusão no SUS.
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