O assunto mais comentado no mundo agora seria a 27ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ou COP 27. Mas o que seria essa COP? Adotada pela ONU em 1992, a COP é a convenção mais importante sobre mudança de clima em que os países membros se reúnem anualmente desde 1995 por duas semanas, para avaliar as mudanças climáticas no planeta e propor mecanismos a fim de garantir a efetividade da convenção. Esse ano a conferência está sendo realizada, em Sharm El Sheikh no Egito, no período de 6 de novembro a 18 de novembro.
Mas qual seria a ligação da COP 27 com a saúde mundial? Total ligação. Para começar, antes da realização da Conferência, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendeu que a saúde deveria ser o principal motivo para as discussões sobre as mudanças climáticas. Isso porque a saúde dos seres vivos depende muito da saúde do ecossistema onde habitam. Mas que com o desmatamento, a agricultura, a expansão urbana, a poluição e o aumento da temperatura do planeta, essa saúde fica extremamente fragilizada e ameaçada, consequentemente, prejudicando todos nós.
“As mudanças climáticas estão deixando milhões de pessoas doentes ou mais vulneráveis a doenças em todo o mundo e a crescente destrutividade de eventos climáticos extremos afeta desproporcionalmente as comunidades pobres e marginalizadas”, diz Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “É crucial que líderes e tomadores de decisão se reúnam na COP 27 para colocar a saúde no centro das negociações”.
A OMS acredita que o mundo deve usar a Conferência como oportunidade e se comprometer para alcançar a meta do Acordo de Paris, realizado na COP 21, de limitar o aumento da temperatura do planeta em 1,5°C. Essa convenção é famosa pelos acordos realizados pelos países, sendo o mais conhecido, o Protocolo de Quioto criado durante a COP 3, realizada em Kyoto, Japão, em 1997. Um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que produzem o efeito estufa, que são a causa do atual aquecimento global.
O Egito e a OMS lançaram a Iniciativa sobre Ação Climática e Nutrição (I- CAN), a qual propõe que a produção de alimentos receba apoio, capacitação, transferência de conhecimento e que integre políticas e estratégias relacionadas ao clima. A iniciativa indica que a troca dos alimentos processados e ultraprocessados, por dietas saudáveis, sendo sustentáveis e adaptados ao clima, ajudaria a saúde e mudanças climáticas a economizar aproximadamente R$ 7 trilhões e validaria a segurança alimentar: garantia de que todas as pessoas no mundo tenham acesso a alimentação nutritiva que atenda suas necessidades diárias para uma vida ativa e saudável.
Segundo dados da I-CAN, 30% de todas as pessoas no mundo estão enfrentando deficiência de micronutrientes. Sendo que 828 milhões de pessoas estão desnutridas e 676 milhões são obesas. Mesmo que a Conferência seja realizada somente com os representantes das nações, nós também podemos fazer a nossa parte e ajudar. Nos adequando ao consumo consciente de alimentos de origem animal, aumentar a quantidade de leguminosas e vegetais, controlar o desperdício de alimentos e se for possível, transforme seu lixo orgânico em compostagem.
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