Recentemente, viralizou nas redes sociais o vídeo de uma mulher realizando um procedimento chamado Peeling de Fenol. As imagens, que foram divulgadas por uma clínica de estética, chamaram atenção dos internautas por causa de uma enorme crosta formada no rosto da mulher, além do relato dela dizendo que o processo seria indolor, o que acabou gerando dúvidas e curiosidades a respeito do assunto.
Para entender melhor, é importante saber que esse é apenas um dos tipos do tratamento de peeling. Mas, o que é um peeling? Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), existe o peeling físico e químico, e ambos consistem em promover uma renovação celular por meio da descamação.
A médica dermatologista, Rafaela Vilaça, explica que o peeling de fenol é o tipo mais profundo que existe. “Em sua composição estão presentes o fenol, óleo de croton, água destilada e novisol, que são substâncias capazes de promover alterações celulares a nível dérmico que resultam em uma restauração significativa na qualidade e aparência da pele”, afirma.
Há benefícios?
Segundo a especialista, sim, o peeling de fenol traz benefícios para a pele, pois neste procedimento ocorre uma mudança radical na qualidade da pele. “Essa técnica visa o rejuvenescimento facial, tratando manchas resistentes, melanose solares e flacidez, podendo ser usado também como auxiliar no tratamento de cicatrizes de acne. Este procedimento faz bastante retração na pele e com isso diminui muito as rugas superficiais, médias e, até mesmo, as rugas profundas”, comenta.
Quais os riscos?
Apesar dos benefícios do procedimento, esse tipo de peeling pode trazer riscos para a saúde. “O peeling de fenol é um procedimento muito agressivo, uma ‘queimadura programada’, onde se remove a epiderme e parte da derme, fazendo com que o seu pós seja muito incômodo. O paciente fica muito inchado, com dificuldade em abrir os olhos e impossibilitado de sair de casa por alguns dias em decorrência da formação das crostas e da descamação intensa”, pontua Rafaela.
“Em alguns casos, quando mal indicado, o procedimento pode deixar manchas em fototipos mais altos e até mesmo retrações na pele , por exemplo. Alem disso é importante que o paciente seja monitorizado , uma vez que o fenol possui efeito cardiotóxico, podendo causar arritmias ou até parada cardíaca durante o procedimento”, avalia.
A médica lembra sobre a importância de procurar um profissional adequado para a realização do procedimento. “O dermatologista e cirurgião plástico são os profissionais mais indicados para realizarem procedimento, uma vez que, em caso de complicações, conhecem a pele e estão aptos para resolvê-las, caso aconteçam”, ressalta.
Para quem é indicado?
De acordo com a dermatologista, em média, a recomendação é feita para os pacientes com idade acima de 45 a 50 anos e, geralmente, de pele muito clara, além de pessoas com rugas profundas, ex-fumantes, principalmente pelas rugas periorais, ou que estão sofrendo com os efeitos do envelhecimento, são as mais indicadas para esse procedimento.
O peeling de fenol dói?
No vídeo, a mulher afirma que o procedimento não doeu, mas especialista lembra que sim, causa dor e exige muitos cuidados, como o repouso, por exemplo. “No dia seguinte, o paciente precisa ter cuidado com a higienização do local, usar pomada emoliente. O rosto incha demais, arde e as crostas que se formam impedem o paciente de sair, se expor ao sol e até mesmo trabalhar, necessitando de, pelo menos, 2 a 3 semanas para recuperação”, enfatiza.
Rafaela esclarece esse tipo de peeling não é tão comum por conta do grau profundo de descamação causado na pele. “Devido ser um procedimento complexo tanto na escolha do paciente, tipo de pele e pelo pós que é extremamente difícil e privativo, não é um procedimento muito procurado”, detalha.
Resultado
Por fim, a dermatologista menciona que os resultados do peeling de fenol são de uma pele mais lisa, uniforme e rejuvenescida.
Foto: Reprodução / Divulgação