Recentemente, o estado de Minas Gerais confirmou três casos de raiva humana, que ocasionou na morte de dois adolescentes de 12 anos e uma criança de cinco anos. Segundo o neurocirurgião Fernando Gomes, a doença é transmitida a partir do contato de seres humanos com animais infectados pelo vírus Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.
“É necessário existir uma agressão em um acidente com animal [mordida] infectado ou até mesmo o contato com saliva” disse.
De acordo com o médico, demora em torno de 45 dias para que o indivíduo comece a manifestar os primeiros sintomas após o contato.
O vírus da raiva se multiplica no organismo, e, dependendo do local e gravidade onde houve a mordedura ou arranhamento, a doença pode demorar a se espalhar, ou até mesmo se espalhar com mais facilidade se for em locais que tenham mais terminações nervosas, fazendo com que haja ataque ao cérebro e consequentemente a morte.
“O ataque acontece no sistema nervoso, vindo do periférico ao sistema central. Se não combater esse ciclo, ajudando o sistema imunológico a combater essa infecção viral, pode evoluir para óbito”, disse o especialista.
Transmissão, sintomas e diagnóstico
Nas áreas urbanas, a raiva humana é mais transmitida por cães e gatos. Já nas áreas rurais, morcegos, cavalos, raposas podem ser os transmissores do vírus.
Em aproximadamente 80% dos casos, os sintomas são semelhantes:
- Mal-estar geral;
- Aumento da temperatura;
- Anorexia;
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Dor de garganta;
- Entorpecimento;
- Irritabilidade;
- Sensação de angústia.
Se o quadro clínico evoluir, os pacientes podem apresentar:
- Febre;
- Delírios;
- Espasmos musculares involuntários;
- Convulsões.
Na maior parte das vezes, a raiva é considerada uma doença fatal. Fernando Gomes explica que a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição.
Para o médico, “se houver o diagnóstico rapidamente, e começa o sistema de vacinação, há chances de bloquear a progressão da doença”, afirmou.
Quando a profilaxia antirrábica não acontece e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, que se baseia na indução de coma profundo, uso de antivirais, além de outros medicamentos específicos.
“Para fazer a prevenção da doença no ser human, há uma campanha de vacinação de animais que vivem perto de nós [como cães e gatos]. Para os humanos, a vacina acontece para quem lida com o vírus de perto — profissionais que trabalham diretamente com animais”, destacou.
Fonte: CNN BRASIL
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