Enfermeiras da Ilha de Marajó agora são capacitadas para inserção de DIU no SUS
Profissional de saúde mostrando o DIU Foto: divulgação do Ministério da Saúde
Profissional de saúde mostrando o DIU Foto: divulgação do Ministério da Saúde

Enfermeiras da Ilha de Marajó agora são capacitadas para inserção de DIU no SUS

Profissional de saúde mostrando o DIU Foto: divulgação do Ministério da Saúde
Profissional de saúde mostrando o DIU Foto: divulgação do Ministério da Saúde

Em uma iniciativa, o Ministério da Saúde capacitou 12 enfermeiras da Ilha de Marajó, no Pará, para a inserção do Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre.

A ação, que já atendeu 271 mulheres em Breves (a maioria delas ribeirinhas), marca o início de um projeto nacional para ampliar o acesso a métodos contraceptivos de longa duração no SUS.

A estratégia inclui municípios como Afuá, Gurupá e Soure, onde o acesso a serviços de saúde reprodutiva é historicamente limitado.

O QUE É O DIU DE COBRE E POR QUE ELE É TÃO EFICAZ?

O DIU de cobre é um pequeno dispositivo inserido no útero que oferece proteção contra gravidez por até 10 anos.

Com eficácia superior a 99%, ele não contém hormônios e age localmente, impedindo a fecundação sem afetar o organismo da mulher.

Diferente de métodos como a pílula, que exigem disciplina diária, o DIU é “esqueça e use” — uma vantagem crucial para quem vive em regiões de difícil acesso.

VANTAGENS QUE MUDAM VIDAS

  • Longa duração: uma única inserção protege por uma década;
  • Sem hormônios: ideal para quem tem restrições ou prefere alternativas não hormonais;
  • Reversível: basta retirar o DIU para engravidar;
  • Disponível no SUS: gratuito e acessível em postos de saúde;
  • Contracepção de emergência: pode ser usado até cinco dias após relação desprotegida.

QUEM PODE USAR?

O DIU é indicado para qualquer mulher em idade reprodutiva, incluindo adolescentes e quem nunca teve filhos.

“É um mito que apenas mulheres com filhos podem usar DIU. Ele é seguro e eficaz para todas”, explica Renata Reis, coordenadora do Ministério da Saúde.

DESAFIOS E SUPERANDO BARREIRAS

Apesar das vantagens, ainda há desinformação. Algumas mulheres temem que o DIU cause infertilidade, ou seja abortivo — mitos totalmente infundados.

“O DIU não interfere na fertilidade futura e não tem ação abortiva”, reforça a nota técnica do Ministério.

Outro desafio é a logística: em regiões como o Marajó, equipes móveis e parcerias locais são essenciais para garantir o acesso.

O FUTURO: CENTROS DE LARC E EXPANSÃO NACIONAL

A próxima etapa do projeto é a criação de Centros de Métodos Contraceptivos de Longa Duração (LARC) em estados como Amazonas, Bahia e Pernambuco.

A meta é formar médicos e enfermeiros em saúde reprodutiva, replicando o sucesso do Pará.

“Queremos que toda mulher, independentemente de onde mora, tenha direito a escolher seu método contraceptivo”, diz Reis.

COMO ACESSAR NO SUS?

Basta procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para agendar uma consulta. Após avaliação, o DIU é inserido por um profissional capacitado — sem custo.

POR QUE ESSA NOTÍCIA É IMPORTANTE?

A iniciativa não só reduz gravidezes não planejadas, mas também empodera mulheres, especialmente as mais vulneráveis.

“O DIU de cobre é mais que um método contraceptivo; é um instrumento de autonomia”, resume uma enfermeira de Breves.

Fontes: Ministério da Saúde 01 e 02