Faturamento das farmacêuticas surpreende em 2024
Veja acima os comprimidos em cápsula em caixa de plástico. Comprimidos de cápsulas multicoloridas. Conceito de vitamina e suplemento Por Fahroni
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Faturamento das farmacêuticas surpreende em 2024

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Veja acima os comprimidos em cápsula em caixa de plástico. Comprimidos de cápsulas multicoloridas. Conceito de vitamina e suplemento Por Fahroni

O setor farmacêutico mostrou resiliência e força em 2024, com um faturamento que surpreendeu positivamente no último trimestre.

De acordo com um levantamento da Fierce Pharma, 21 das 22 maiores empresas do setor, com receita superior a US$ 2 bilhões, tiveram crescimento em comparação com o mesmo período de 2023.

A única exceção foi a Teva, que registrou uma queda devido um pagamento adiantado de US$ 500 milhões recebido da Sanofi no quarto trimestre de 2023.

Esse valor foi parte de um acordo de cooperação entre as duas empresas, o que distorceu os números. Se considerarmos apenas os valores “regulares”, a Teva teria tido um aumento de 5% nas receitas.

ELI LILLY E NOVO NORDISK LIDERAM CRESCIMENTO

As empresas que mais se destacaram foram a Eli Lilly e a Novo Nordisk, com crescimentos impressionantes de 45% e 30%, respectivamente.

Ambas vêm liderando o setor há vários trimestres, impulsionadas pela venda de medicamentos para emagrecimento e diabetes.

A Eli Lilly, por exemplo, viu seu valor de mercado saltar de US$ 745 bilhões (R$ 4,3 trilhões) para US$ 844 bi (R$ 4,9 tri), um número que a coloca à frente de todas as outras empresas do segmento.

A Novo Nordisk, detentora do famoso medicamento Ozempic, também teve um desempenho notável, com um aumento de 26% no acumulado de 2024.

MEDICAMENTOS INOVADORES IMPULSIONAM LUCROS

O sucesso dessas empresas não se deve apenas aos medicamentos para diabetes e emagrecimento.

Tratamentos inovadores para câncer de mama (como o Verzenio) e insuficiência cardíaca (como o Jardiance) também contribuíram para os bons resultados.

Sandro Angélico, CEO da farmácia digital Qualidoc, destacou a importância desses medicamentos para doenças que estão se tornando mais comuns, como o diabetes.

Ele também ressaltou o papel dos genéricos, que ajudam a ampliar o acesso a esses tratamentos após o vencimento das patentes.

VAREJO FARMACÊUTICO BRASILEIRO CRESCE 11% EM 2024

No Brasil, o varejo farmacêutico também teve um ano positivo. Segundo dados da Associação dos Distribuidores Farmacêuticos do Brasil (Abafarma), com base em informações da consultoria IQVIA, o setor cresceu 11% em 2024, atingindo R$ 158,4 bilhões em vendas.

O volume de medicamentos comercializados aumentou 6,1%, chegando a 8,1 bilhões de unidades.

Os distribuidores foram responsáveis por 57% desse volume, o equivalente a 4,6 bilhões de unidades, enquanto as vendas diretas da indústria para as farmácias somaram 3,5 bilhões de unidades.

DISTRIBUIDORES GARANTEM DISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS

Oscar Yazbek Filho, presidente-executivo da Abafarma, destacou o papel essencial dos distribuidores em garantir que os medicamentos estejam disponíveis para a população, evitando desabastecimentos.

As empresas associadas à Abafarma representaram 68,8% do valor movimentado pelos distribuidores em 2024, o que corresponde a R$ 60,8 bilhões.

Em termos de volume total distribuído, as associadas responderam por 44,5%, o equivalente a 2 bilhões de unidades.

CRESCIMENTO REGIONAL NO BRASIL

O Centro-Oeste foi a região que mais cresceu em termos de unidades comercializadas, com alta de 6,9%, seguido pelo Nordeste (6%), Sudeste (4%), Sul (2,9%) e Norte (2,4%).

O Brasil encerrou 2024 com 93,7 mil farmácias e drogarias em operação, sendo a região Sudeste a que concentra o maior número de estabelecimentos (36,7 mil), seguida pelo Nordeste (26,2 mil), Sul (14,9 mil), Centro-Oeste (8,9 mil) e Norte (6,8 mil).

O FUTURO DO SETOR FARMACÊUTICO

Apesar dos bons resultados, há incertezas sobre o que o futuro reserva para o setor, especialmente com a possível mudança na administração dos EUA em 2025.

Pankit Bhalodia, da consultoria West Monroe, questiona se parte do crescimento observado em 2024 pode ser uma antecipação a mudanças que podem ocorrer no próximo ano.

Fontes: Saúde Business e Panorama Farmacêutico