Nova variante de coronavírus descoberta em morcegos no Brasil
Ataque de coronavírus Covid-19 Células do vírus Corona Covid atacando pulmões Por photocreo
Ataque de coronavírus Covid-19 Células do vírus Corona Covid atacando pulmões Por photocreo

Nova variante de coronavírus descoberta em morcegos no Brasil

Ataque de coronavírus Covid-19 Células do vírus Corona Covid atacando pulmões Por photocreo
Ataque de coronavírus Covid-19 Células do vírus Corona Covid atacando pulmões Por photocreo

Pesquisadores dos estados de São Paulo e do Ceará, em colaboração com a Universidade de Hong Kong, descobriram uma nova variante do coronavírus em morcegos.

Essa é a primeira vez que um vírus semelhante ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) é identificado na América do Sul.

O estudo foi publicado no Journal of Medical Virology e alerta para a necessidade de vigilância epidemiológica contínua.

DETALHES DA DESCOBERTA

Os cientistas encontraram sete coronavírus em amostras de cinco morcegos coletadas pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen), em Fortaleza.

Os animais pertencem a duas espécies diferentes: uma insetívora (que se alimenta de insetos) e outra frugívora (que se alimenta de frutas, verduras e legumes).

Apesar da descoberta, ainda não é possível afirmar se o novo vírus pode infectar humanos.

POTENCIAL DE INFECÇÃO HUMANA

Bruna Stefanie Silvério, primeira autora do estudo, explica que foram encontradas partes da proteína spike do vírus, que se liga às células de mamíferos e inicia a infecção.

Essas partes sugerem uma possível interação com o receptor utilizado pelo MERS-CoV, o vírus causador da MERS.

Para confirmar essa hipótese, os pesquisadores planejam realizar experimentos em laboratórios de alta biossegurança na Universidade de Hong Kong ainda este ano.

DIVERSIDADE GENÉTICA DE CORONAVÍRUS

O estudo destacou a grande diversidade genética de coronavírus encontrada nos morcegos.

Os pesquisadores identificaram uma sequência genética com 71,9% de similaridade ao genoma do MERS-CoV, vírus que causou mais de 800 mortes em 27 países desde sua descoberta em 2012, na Arábia Saudita.

O gene que codifica a proteína spike apresentou 71,74% de identidade com a spike do MERS-CoV isolado de humanos em 2015.

IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Ricardo Durães-Carvalho, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e orientador de Silvério, ressalta a importância de monitorar os morcegos, que são reservatórios naturais de vírus.

“Esse monitoramento permite identificar os vírus em circulação e antecipar potenciais riscos de transmissão para outros animais e até mesmo para os humanos”, afirma.

OUTRAS DESCOBERTAS NO ESTUDO

Além do novo coronavírus, os pesquisadores também identificaram um vírus emergente em humanos, o gemykibivirus, em amostras de morcegos.

Esse vírus já havia sido encontrado em pacientes com HIV, sepse de origem desconhecida, pericardite recorrente e casos de diarreia e encefalite.

A descoberta exigiu o desenvolvimento de novos primers (pequenos trechos de DNA) para análise genética.

COVID-19: UM CONTEXTO GLOBAL

A descoberta ocorre em um momento em que o mundo ainda enfrenta a pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.

A COVID-19 é uma infecção respiratória aguda, de alta transmissibilidade, que pode variar de casos assintomáticos a quadros graves e críticos.

A doença já causou milhões de mortes em todo o mundo e continua a ser um desafio para a saúde pública.

SINTOMAS E TRANSMISSÃO DA COVID-19

Os sintomas mais comuns da COVID-19 incluem febre, tosse, fadiga, perda de olfato (anosmia) e paladar (ageusia).

A transmissão ocorre por contato direto com pessoas infectadas, superfícies contaminadas, gotículas liberadas ao tossir ou espirrar, e aerossóis que permanecem no ar por horas.

A variante Ômicron, predominante no Brasil e no mundo, reduziu o período de incubação para 1 a 10 dias, com média de 3 a 4 dias.

IMPACTO DA COVID-19 NA SAÚDE

Embora a maioria dos casos de COVID-19 seja leve ou moderada, cerca de 15% podem evoluir para quadros graves e 5% para críticos, com complicações como falência respiratória, trombose e sequelas neurológicas.

Além disso, muitos pacientes desenvolvem condições pós-COVID, com sintomas persistentes que afetam pulmões, coração, cérebro e saúde mental.

Fontes: Agência Brasil, Veja e Ministério da Saúde