Equipe de Emergências Climáticas realiza diagnóstico no Pará
Equipe da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde no Pará
Equipe da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde no Pará

Equipe de Emergências Climáticas realiza diagnóstico no Pará

Dia 14, a equipe da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, um órgão de gestão emergencial da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), iniciou suas atividades no estado do Pará.

O grupo chegou ao município de Altamira para analisar o impacto severo das queimadas e da seca extrema que assolam o estado.

Criada pela Portaria nº 4.923 de 25 de julho de 2024, a Sala de Situação tem como missão enfrentar as consequências de eventos climáticos extremos com respostas rápidas e coordenadas.

OBJETIVOS DA MISSÃO E FOCO DA AÇÃO

O ponto focal do Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres) e líder da equipe em Altamira, Lucas Fonseca, destacou que o objetivo principal é apoiar as secretarias de saúde estaduais e municipais na gestão dessa emergência.

“Estamos aqui para realizar uma análise detalhada da situação de saúde, identificar as comunidades isoladas e levantar as principais necessidades relacionadas à seca e à estiagem. A partir do diagnóstico, será possível elaborar estratégias de ação adequadas para apoiar o estado e os municípios na superação dessa crise”, declarou.

MONITORAMENTO DAS QUEIMADAS E NÍVEIS CRÍTICOS DE POLUIÇÃO

Segundo o informe Monitoramento de Queimadas para Vigilância em Saúde, durante a semana epidemiológica 40, o Pará foi o terceiro estado com maior número de focos de calor, totalizando 745 registros.

Além disso, 44 dos 144 municípios paraenses apresentaram níveis de concentração de material particulado fino acima do recomendado pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece o limite seguro em 15 μg/m³.

Essa situação pode afetar diretamente mais de 2 milhões de pessoas, agravando problemas respiratórios, principalmente entre grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e populações indígenas.

IMPACTOS DA SECA NAS COMUNIDADES INDÍGENAS

As comunidades indígenas são um dos grupos mais impactados pela crise climática no Pará. O estado abriga 730 aldeias indígenas, com uma população total de 59.011 indígenas.

A seca extrema e a falta de chuvas têm causado um impacto direto em 282 dessas aldeias, afetando 20.427 indígenas.

Esses grupos sofrem com a falta de alimentos, insumos e, principalmente, água potável.

A escassez de recursos tem levado a uma crise humanitária, agravada pela vulnerabilidade nutricional e pelas doenças de veiculação hídrica, que a equipe da Sala de Situação está monitorando.

AÇÕES PRIORITÁRIAS E ESTRATÉGIAS DE RESPOSTA

As ações prioritárias da equipe incluem o monitoramento e controle de doenças transmitidas pela água, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e a assistência às doenças respiratórias agravadas pela fumaça das queimadas.

As populações urbanas, ribeirinhas e indígenas estão sendo assistidas com foco especial na desnutrição e nas doenças respiratórias.

A técnica da Força Nacional do SUS, Tatyana Souza, afirmou que a missão da equipe é fortalecer a capacidade de resposta dos serviços de saúde locais, especialmente em áreas de difícil acesso, como as comunidades indígenas e ribeirinhas.

MUNICÍPIOS EM ESTADO CRÍTICO

A equipe da Sala de Situação vai visitar os quatro municípios mais gravemente afetados pelas queimadas e pela seca: Altamira, Itaituba, Marabá e Santarém.

Esses municípios concentram os maiores índices de focos de calor e os mais altos níveis de poluição atmosférica, colocando em risco a saúde de suas populações.

O trabalho da equipe envolve a articulação com as secretarias municipais de saúde e outras entidades públicas para criar um plano estratégico de intervenção emergencial, capaz de mitigar os impactos à saúde da população.

VIGIDESASTRES: PAPEL ESTRATÉGICO NO ENFRENTAMENTO DE DESASTRES

O Vigidesastres, programa instituído pela Portaria GM/MS Nº 4.185, de 1º de dezembro de 2022, atua na preparação e resposta a desastres naturais e tecnológicos, focando na mitigação dos riscos à saúde pública.

Esse programa está vinculado à Coordenação-Geral de Preparação para as Emergências em Saúde Pública, dentro do Ministério da Saúde, e tem como missão integrar ações de vigilância em saúde, prevenção, preparação e reabilitação em desastres.

A atuação do Vigidesastres no Pará é essencial para reduzir os impactos das emergências climáticas, tanto na saúde quanto na infraestrutura local.

ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR E COLABORAÇÃO INTERSETORIAL

A gestão de riscos de desastres exige uma abordagem multidisciplinar, que abrange tanto os danos quanto suas causas.

A equipe da Sala de Situação trabalha em colaboração com diversas instituições, como a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) e a Secretaria de Atenção Especializada (SAES), além da Secretaria de Saúde Pública do Pará.

Esse esforço coordenado visa proteger a saúde das comunidades afetadas e fortalecer a resiliência local frente às crises climáticas.

Fontes: Ministério da Saúde 01 02 03