Transplantes no Brasil crescem e batem recorde em 2024
Um transplante de órgão sendo realizado
Um transplante de órgão sendo realizado

Transplantes no Brasil crescem e batem recorde em 2024

O Ministério da Saúde iniciou neste mês a campanha “Setembro Verde”, para conscientizar a população sobre a relevância da doação de órgãos e tecidos.

O programa é fundamental para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida de milhares de brasileiros, com números crescentes de transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

AUMENTO DE TRANSPLANTES EM 2024

De janeiro a junho de 2024, o Brasil registrou 14.352 transplantes, superando o mesmo período do ano anterior, quando foram realizados 13,9 mil procedimentos.

Desse total, foram doados 4.580 órgãos sólidos, como rins, fígado, coração, pâncreas e pulmões, além de 8.260 córneas e 1.512 medulas ósseas, classificados como tecidos.

O crescimento nas doações em 2024 foi de 3,2%, com um aumento de 4,2% nos transplantes de órgãos sólidos.

Esses resultados são fruto de um esforço contínuo do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que é o maior programa público de transplantes do mundo.

Cerca de 88% do financiamento é coberto pelo SUS, que conta com 728 estabelecimentos habilitados para realizar esses procedimentos em todos os estados.

O IMPACTO PESSOAL DA DOAÇÃO

Histórias de vida como a de Mateus Noleto, analista de sistemas de 28 anos, ilustram a importância da doação de órgãos.

Em 2021, ele recebeu um rim de sua mãe, o que melhorou significativamente sua qualidade de vida.

Mesmo após descobrir uma rejeição ao órgão em 2023 e retornar à lista de espera, Mateus reforça a relevância desse ato.

“A espera por um novo transplante é quase inexplicável. A qualidade de vida com um rim funcional é muito superior à da hemodiálise”, relata.

A fila de espera para transplantes no Brasil é única, englobando tanto pacientes do SUS quanto da rede privada, assegurando equidade no processo de seleção.

Mateus destaca que, quando se trata de órgãos que só podem ser doados após a morte, o gesto é ainda mais nobre, pois “o que não serve mais para um, salva a vida de outra pessoa.”

INOVAÇÕES E NOVOS PROJETOS

A coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes, Patrícia Freire, enfatiza a complexidade do processo de doação e a necessidade de projetos que contemplem a diversidade do Brasil.

Segundo ela, novas iniciativas estão em andamento para que o país continue se destacando no cenário mundial de transplantes nos próximos dois anos.

Uma dessas inovações é a parceria entre o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Cartório Notarial do Brasil.

Desde abril de 2024, os brasileiros podem autorizar a doação de órgãos e tecidos por meio da plataforma eletrônica de Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO), registrada nos cartórios nacionais.

FINANCIAMENTO E ESTRUTURA

O governo federal tem investido fortemente para apoiar o crescimento do Sistema Nacional de Transplantes.

Em 2023, foram destinados mais de R$ 1,3 bilhão para o custeio do SUS em procedimentos de doação e transplante.

Até junho de 2024, já foram aplicados R$ 718 milhões nos atendimentos, além de R$ 46 milhões voltados para o funcionamento das centrais de transplantes e para o fortalecimento de projetos vinculados ao SNT.

Além disso, uma nova estratégia foi lançada para atender pessoas com falência intestinal, por meio da Portaria GM/MS Nº 5.051.

Essa ação estabelece diretrizes específicas para o cuidado integral dessas pessoas no SUS, fortalecendo a rede de apoio aos pacientes que necessitam de tratamento especializado.

CONSCIENTIZAÇÃO E ESPERANÇA

A campanha Setembro Verde busca sensibilizar a sociedade sobre a importância de se declarar doador de órgãos.

A doação é um ato de generosidade que pode salvar vidas, oferecendo esperança para milhares de pessoas que aguardam por uma nova chance de vida.

Fonte: Agência Gov