Mpox: refugiados em risco e OMS lança plano de combate
Criança de um mês recebe tratamento na unidade de isolamento de mpox do Hospital Kamanyola, apoiado pela UNICEF, na província de Kivu do Sul, República Democrática do Congo | Foto de Jospin Benekire para a UNICEF
Criança de um mês recebe tratamento na unidade de isolamento de mpox do Hospital Kamanyola, apoiado pela UNICEF, na província de Kivu do Sul, República Democrática do Congo | Foto de Jospin Benekire para a UNICEF

Mpox: refugiados em risco e OMS lança plano de combate

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um plano de ação global para controlar e interromper o atual surto de mpox, que já se espalhou para além da África, atingindo a Europa e a Ásia.

O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a necessidade de uma resposta internacional abrangente e coordenada, prevendo um investimento de US$ 135 milhões nos próximos seis meses para enfrentar essa emergência de saúde pública.

CRESCIMENTO DO SURTO NA ÁFRICA

A África tem sido a região mais afetada pelo surto de mpox, especialmente na República Democrática do Congo (RDC), onde mais de 16.000 casos suspeitos e 575 mortes foram registrados somente este ano.

A disseminação de uma nova cepa do vírus, chamada Clade 1b, foi um dos principais motivos para a declaração da mpox como uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Além da RDC, casos de mpox foram confirmados em países vizinhos, como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, com novos registros na Tailândia e na Suécia.

Tedros enfatizou que o surto pode ser controlado, desde que haja uma ação concentrada entre agências internacionais, governos locais e sociedade civil.

PLANO ESTRATÉGICO GLOBAL DE RESPOSTA

O Plano Estratégico Global de Preparação e Resposta (SRSP) da OMS visa implementar estratégias de vigilância e resposta, além de promover o avanço da pesquisa e garantir o acesso equitativo a tratamentos médicos.

O plano também busca minimizar a transmissão zoonótica e empoderar as comunidades para poderem participar ativamente na prevenção e controle dos surtos.

A OMS está coordenando esforços com parceiros regionais e locais, além de reforçar equipes nos países mais afetados para liderar atividades de preparação e resposta.

No continente africano, a colaboração com os Centros Africanos de Controle de Doenças (CDC) tem sido fundamental para a resposta ao surto.

DESAFIOS PARA REFUGIADOS E DESLOCADOS INTERNOS

Enquanto o plano da OMS é implementado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) alertou sobre os impactos devastadores do surto de mpox para refugiados e deslocados internos na RDC e outros países africanos.

Em regiões afetadas por conflitos, como a província de Kivu do Sul, onde 42 casos suspeitos foram detectados, a situação é particularmente crítica.

Refugiados e deslocados internos enfrentam enormes desafios para implementar medidas de prevenção devido às condições precárias em que vivem, como abrigos superlotados e acesso limitado a serviços essenciais.

A falta de espaço para isolamento e a dificuldade em acessar laboratórios para testes agravam ainda mais o cenário.

NECESSIDADE DE APOIO INTERNACIONAL

O ACNUR destacou a importância de incluir completamente os refugiados e deslocados internos nos esforços nacionais de resposta ao surto, desde o monitoramento até o atendimento médico.

A agência pediu por solidariedade internacional para expandir os serviços de saúde, construir centros de isolamento e melhorar o acesso à água e saneamento básico para essas populações vulneráveis.

Além disso, o ACNUR reforçou a necessidade urgente de paz nas zonas de conflito para garantir uma resposta sustentável e eficaz, capaz de deter a disseminação da doença e proteger as vidas daqueles que já sofrem com os efeitos devastadores da guerra e do deslocamento forçado.

Fonte: ONU 01 e 02