Chuva no verão? Na região norte do país, a estação ganha um nome diferente e é conhecida como ‘Inverno Amazônico’, marcado pelo aumento das chuvas e do declínio de temperatura
Chuvas e temporais no norte do país são potenciais causadores de alagamentos, enchentes e circulação de lixo. Segundo a infectologista do Laboratório Paulo Azevedo/Grupo Fleury, Melissa Valentini, o inverno amazônico chegou e, com ele, o risco para surgirem doenças respiratórias, viroses e patologias transmitidas por mosquitos – as chamadas arboviroses.
“O risco se dá quando as pessoas entram em contato com água de esgoto nas enchentes, além do acúmulo de água em recipientes como vasos e pneus, que possibilitam a proliferação de mosquitos transmissores de viroses causadas por esses vetores: principalmente dengue, zika e chikungunya”, explica a médica.
Conforme a infectologista, ambientes fechados, por conta das chuvas, também favorecem a transmissão viral pelas vias superiores, causando doenças respiratórias como gripes e até mesmo Covid. Além de diarreias provocadas por vírus, bactérias e parasitas e hepatites virais do tipo A e E, o contato com aguas de enchentes e a lama acumulada são importantes vias de transmissão da leptospirose que é uma doença bacteriana provocada pelo contato da pele e mucosas contaminadas pela bactéria que vive no sistema urinário de ratos.
Cuidados necessários
Para manter a proteção é importante:
- consumir água potável
- evitar contato direto com a água de enchentes
- descartar alimento ou medicamento que entrou em contato com a água da enchente
- limpar os ambientes atingidos pelo alagamento com solução de agua sanitária mantendo os membros superiores e inferiores protegidos com sacolas, ou botas e luvas;
- higienizar utensílios domésticos com desinfetante, água sanitária e água (os de madeira, como tábuas, devem ser descartados); Pisos, paredes e móveis podem ser limpos com solução de água e sabão, e depois, com água e água sanitária.
Prevenção
Segundo o epidemiologista do Laboratório Paulo Azevedo/Grupo Fleury, José Geraldo Ribeiro, esse período epidêmico tem duração de 8 meses e é um momento de prevenir contra doenças que podem ocorrer nos próximos meses. “É fundamental manter a vacinação em dia. Doenças como diarreia por rotavírus, influenza, meningite, rubéola e tétano podem ser evitadas pela vacinação. Saiba mais:
- Gripe: o vírus influenza circula a partir do início do ano na Região Norte. É importante se vacinar anualmente e há no mercado vacinas quadrivalentes, mais completas.
- Dengue: a recém-lançada vacina contra a dengue se mostrou segura e eficaz, independente da pessoa já ter tido dengue ou não. Ela pode ser aplicada em qualquer pessoa entre 4 e 60 anos. A dengue levou a óbito mais de 1000 brasileiros em 2023.
- Febre amarela: todos residentes da região norte do país devem estar vacinados contra essa grave doença a partir dos nove meses.
- Hepatites: tanto a hepatite A como a hepatite B ocorrem na região e vacinação deve ser feita a partir da infância.
- Covid-19: o Ministério da Saúde continua indicando a vacina bivalente para todos que não a fizeram ou maiores de 60 anos que fizeram há mais de 6 meses.
“Não corra riscos, mantenha sua Caderneta de Vacinação em dia, seja no SUS ou na rede privada, que dispõem de vacinas complementares e mais completas, recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações”.
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