Você já ouviu falar em tártaro? Não estou falando do local abaixo, o mundo dos mortos na cultura grega, muito menos do molho para salada, mas daquele amigo indesejável que fica grudado nos dentes e não sai de jeito nenhum, um depósito duro e amarelado que se forma nos dentes e que, além de deixar a boca com mau hálito, pode causar problemas sérios para a saúde bucal. Será sobre ele que falaremos hoje.
Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que 88% dos brasileiros sofrem com algum problema relacionado à saúde bucal e não sabem. Dentre esses males, um dos mais comuns é o tártaro. Nesse dia da saúde bucal, convidamos a ortodontista Thaise Ramos de Mesquita Lamas, para mostrar a melhor forma de se prevenir e o que fazer se tiver.
Mas o que é de fato o tártaro? Thaise explica que o tártaro, ou cálculo dental, consiste em uma placa bacteriana que não é removida por meio da higiene bucal e se solidifica na boca. Um material duro de tonalidade branca ou amarelada que se forma em diferentes partes dos dentes.
Thaise fala que o perigo de acontecer esse acúmulo traz consequências, já que o tártaro abriga bactérias, causando gengivite, retração gengival (tecido que circunda o dente se retrai) e periodontite (perda do tecido que suporta o dente). Também afeta a saúde orgânica, colocando em risco o coração e os pulmões.
A higiene dental deficiente ou inadequada é principal causa do acúmulo de tártaro nos dentes, afirma Thaise, que continua, que outros hábitos como o tabagismo, o uso inadequado de enxaguatórios bucais e o consumo excessivo de chá, café ou vinho tinto também favorecem a formação do tártaro. E pessoas com dentes mal posicionados são mais propensas ao acúmulo de tártaro, pois terão mais dificuldade para remover a placa bacteriana corretamente.
“Apesar de estarmos numa era de priorizar a saúde, muitos pacientes pela correria do dia a dia pecam pela deficiência da higiene oral”.
O mais importante para evitar o tártaro e até outros problemas bucais, é a prevenção, uma escovação adequada e o uso do fio dental. Thaise explica que se isso não for feito, acontece a formação do tártaro e por se fixar no dente, somente um profissional poderá realizar uma intervenção efetiva para eliminá-lo.
Caso a remoção do tártaro não seja realizada pelo profissional, Thaise diz que as bactérias que se acumularam na boca, podem entrar em contato com a corrente sanguínea, por vasos sanguíneos presentes na cavidade bucal, atingir o coração e outros órgãos, causando doenças sistêmicas graves que podem colocar em risco a vida do indivíduo.
Thaise lembra que indivíduos que apresentam gengivite e periodontite possuem chances maiores de desenvolverem doenças sistêmicas, pois a presença de bactérias periodontopatogênicas (causadoras das doenças periodontais) causa o aumento da quantidade de mediadores inflamatórios no corpo, resultando em alterações nas condições gerais do paciente.
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