Vista de perto: Doutor Hand examinando a filariose do pé Por Queenmoonlite35
Após décadas de empenho em saúde pública, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como país livre da filariose linfática, doença parasitária crônica que, durante séculos, causou incapacidades permanentes em milhões de pessoas.
A certificação, entregue pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) à ministra da Saúde, Nísia Trindade, reflete os esforços contínuos de autoridades, pesquisadores e profissionais de saúde no combate a essa doença.
Também conhecida como elefantíase, a filariose linfática é transmitida por mosquitos e afeta o sistema linfático, causando inchaço severo, dores crônicas e deformidades, como linfedema e elefantíase.
A infecção, muitas vezes adquirida na infância, é devastadora não apenas por seus impactos físicos, mas também pelo estigma social e psicológico que carrega, afetando de maneira mais grave as comunidades em situação de vulnerabilidade.
No Brasil, os primeiros estudos epidemiológicos da doença remontam à década de 1950, quando foram mapeadas as áreas de maior incidência.
A partir desses levantamentos, o governo priorizou intervenções específicas para controle da doença.
Décadas mais tarde, em 1997, foi lançado um plano nacional de combate à filariose, focando em distribuição em massa de medicamentos antiparasitários, controle dos mosquitos transmissores e vigilância ativa nas regiões mais atingidas.
O combate à filariose não foi uma tarefa fácil. A combinação de esforços de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), autoridades de saúde e acadêmicos garantiu o desenvolvimento de estratégias integradas para reduzir drasticamente a transmissão.
Em 2017, o Brasil alcançou a interrupção oficial da transmissão da doença, um feito que levou à certificação pela OMS.
Essas ações fazem parte de uma iniciativa maior: o programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro de 2024.
A proposta do programa é erradicar 14 doenças tropicais negligenciadas e infecções relacionadas à pobreza e à desigualdade social, das quais a filariose linfática é uma delas.
Esse programa multissetorial envolve o governo, a sociedade civil e, especialmente, as populações diretamente afetadas, que participam ativamente das ações de controle.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, parabenizou o Brasil pela conquista, destacando que a eliminação de uma doença exige comprometimento contínuo e colaboração em todas as esferas da sociedade.
Ele também enfatizou que o sucesso brasileiro serve como um exemplo para outros países que ainda enfrentam a filariose, demonstrando que é possível eliminar essa doença com estratégias adequadas de prevenção e controle.
Jarbas Barbosa, diretor da Opas e da regional da OMS para as Américas, destacou o papel essencial do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro e a perícia laboratorial local, que garantiram a eficácia no monitoramento e interrupção da cadeia de transmissão.
O Brasil é agora o 20º país no mundo a eliminar a filariose como um problema de saúde pública e se junta a uma lista de países, como Malawi, Sri Lanka e Vanuatu, que já conseguiram esse feito.
Embora o Brasil tenha eliminado a filariose como um problema de saúde pública, o trabalho não acaba aqui.
A fase pós-eliminação inclui monitoramento contínuo para prevenir a reintrodução da doença, especialmente em regiões mais suscetíveis.
A OMS e a Opas continuarão a trabalhar em parceria com o governo brasileiro para garantir que a filariose não ressurja.
Além disso, o programa Brasil Saudável mira na eliminação de outras doenças tropicais negligenciadas, como malária, doença de Chagas e tracoma.
Entre 2017 e 2021, essas doenças socialmente determinadas foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil brasileiros, com um impacto desproporcional sobre as populações mais pobres. O objetivo é reduzir drasticamente esse número até 2030.
Com essa conquista, o Brasil demonstra que, com políticas públicas consistentes, investimentos em saúde e um sistema robusto de vigilância, é possível enfrentar as doenças tropicais negligenciadas que afetam milhões de pessoas no mundo.
Além de ser o 20º país a eliminar a filariose linfática, o Brasil é o 53º no mundo a eliminar pelo menos uma doença tropical negligenciada, um marco importante no contexto global de saúde pública.
A eliminação de doenças tropicais negligenciadas, como a filariose, representa um alívio significativo para as comunidades mais afetadas, proporcionando não apenas melhora na saúde, mas também na qualidade de vida e na redução de estigmas sociais.
A luta continua para que mais países consigam alcançar esse objetivo, seguindo o exemplo brasileiro.
Fontes: Ministério da Saúde e OMS
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