Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, desenvolveram um tratamento que devolveu a visão a três pacientes com danos graves na córnea.
A técnica, que usa células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), foi testada entre 2019 e 2020 e apresentou resultados promissores, publicados na revista científica The Lancet.
A nova abordagem oferece esperança para quem sofre com a deficiência de células-tronco limbares (LSCD), uma condição que afeta diretamente a regeneração da córnea.
Quando o reservatório natural de células-tronco localizado na borda da córnea, chamado limbo, é danificado, o tecido perde a capacidade de se recuperar.
Isso resulta na formação de cicatrizes, opacidade e, em casos graves, cegueira.
Os pesquisadores usaram células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), criadas a partir de amostras de sangue de um doador saudável.
Essas células foram reprogramadas para um estado semelhante ao embrionário e transformadas em folhas de células epiteliais corneais.
O procedimento consistiu em:
Dos quatro pacientes tratados, três tiveram melhorias significativas na visão após o transplante.
Durante dois anos de acompanhamento, não houve rejeição ou efeitos colaterais graves, mesmo em pacientes que não receberam imunossupressores.
Os especialistas acreditam que o sucesso do tratamento se deve à proliferação das células transplantadas e à ativação das células nativas do olho, que ajudaram na regeneração da córnea.
Esse método representa um marco na medicina regenerativa. Antes, as opções de tratamento para LSCD eram limitadas e com alto risco de complicações, como rejeições em transplantes de córnea convencionais.
Com o uso das células iPS, os cientistas abriram uma nova possibilidade de tratar danos graves na córnea, oferecendo esperança para pessoas com deficiência visual severa.
A equipe japonesa planeja expandir os ensaios clínicos para tratar mais pacientes e confirmar a eficácia da técnica.
Outros estudos ao redor do mundo também utilizam células iPS para combater diversas doenças oculares, incluindo problemas graves no nervo óptico.
Embora as tecnologias ainda sejam caras, os avanços recentes apontam para um futuro mais acessível e promissor no tratamento da cegueira.
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