Você sabia que as vezes nos autossabotamos quando estamos tentando nos curar ou tratar de alguma enfermidade? Isso por causa do uso irracional e incorreto dos medicamentos que nós usamos. Parece bobo, mas é algo que se deve levar a sério, pois pode trazer várias complicações. A farmacêutica Luciane Ribeiro explica que o uso racional de medicamentos é quando pacientes recebem medicamentos para essas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. “Daí a importância do uso adequado, já que promove saúde, potencializando o tratamento do paciente e diminuindo o custo e desperdício.”
A Organização Mundial da Saúde estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente. Luciane fala que a pessoa deve realizar alguns passos, “o primeiro passo é saber que doença está sendo tratada, suas causas, formas de contágio, o segundo seria buscar uma orientação médica para um diagnóstico preciso e o último é buscar uma assistência farmacêutica como forma de garantir o sucesso no tratamento”.
A última pesquisa realizado pelo Conselho Federal de Farmácia em 2019, diz que 77% dos brasileiros costumam se automedicar e que 25% das pessoas que foram entrevistadas disseram que se automedicam, no mínimo, uma vez por semana. “O uso incorreto do medicamento acarreta inúmeros transtornos, desde pequenos efeitos colaterais como uma alergia, distúrbios gastrointestinais, até algo mais sério como resistência de microrganismo, dependência e intoxicação”, enumera a farmacêutica.
Por isso o papel do farmacêutico é extremamente importante e fundamental. “A pessoa geralmente sai de uma consulta médica cheia de dúvidas sobre o seu tratamento, e o farmacêutico é a pessoa mais adequada para assistir e encaminhar o paciente ao sucesso do tratamento que tiver que realizar.”
Luciane comenta que o maior desafio no Brasil é o brasileiro ter o costume de se automedicar, “achar que deve usar o medicamento que fez bem para o vizinho pois ele está sentindo os mesmos sintomas, mas nem sempre os sintomas parecidos têm o mesmo diagnóstico, daí a necessidade de procurar o médico ou um farmacêutico para melhor orientar o paciente ao que deve tomar”, e finaliza dizendo que a melhor estratégia e mais segura seria melhorar a fiscalização da comercialização do medicamento. “É sempre bom lembrar que o que diferencia o medicamento do veneno é a dose.”
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