US$ 59 milhões. Esse é o valor que estava no apelo emitido com urgência pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na última sexta-feira.
O apelo visa combater a crescente disseminação do mpox em seis países africanos, com foco no Burundi, país localizado na África Oriental, onde o surto tem afetado de forma alarmante a população jovem.
Segundo o Dr. Paul Ngwakum, Conselheiro Regional de Saúde da UNICEF, as crianças são as mais vulneráveis, representando dois terços dos casos reportados.
Desde o início do surto, mais de 14.000 casos suspeitos foram registrados no Burundi, com um aumento de 40% nas últimas três semanas.
O Dr. Ngwakum alerta que, embora não haja mortes no país, a rápida propagação exige uma resposta coordenada e urgente para conter o vírus antes que vidas sejam perdidas.
A República Democrática do Congo (RDC), vizinha do Burundi, enfrenta uma situação ainda mais grave, com quase 21.900 casos suspeitos e 717 mortes.
Com o início do ano letivo no Burundi, a UNICEF, em parceria com autoridades educacionais, implementou medidas para treinar professores a identificar os primeiros sintomas de mpox, além de reforçar a higiene nas escolas.
Crianças menores de cinco anos são especialmente vulneráveis, representando 30% dos casos reportados.
A disseminação de informações corretas sobre os modos de transmissão, que incluem contato corpo a corpo e com animais, também é uma prioridade, visando combater o estigma associado à doença.
A UNICEF também se preocupa em apoiar a saúde mental dos profissionais de saúde e das famílias afetadas, que enfrentam muitas vezes estigmas devido à associação errônea da mpox com doenças sexualmente transmissíveis.
Em algumas regiões, o medo de uma repetição de surtos devastadores como Ebola e COVID-19 ainda persiste, complicando a resposta ao surto.
A situação emergencial exige uma resposta rápida, e o financiamento solicitado pela UNICEF busca não apenas controlar o surto, mas também fornecer suporte crucial para a saúde mental e física da população afetada.
Com uma ação conjunta de todos os parceiros internacionais, é possível conter o avanço da doença, acredita o Dr. Ngwakum.
Fonte: ONU
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