A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente um aumento preocupante no número de diagnósticos de tuberculose (TB), ultrapassando 8,2 milhões de novos casos em 2023.
Esse número representa o maior índice de diagnósticos já registrado pela OMS desde o início do monitoramento global da doença em 1995.
Além de ter superado a COVID-19 como a principal causa de mortes por doenças infecciosas, a TB evidenciou os desafios enfrentados na resposta à doença, com subfinanciamento e barreiras no tratamento e prevenção.
Segundo o relatório, em 2023 a tuberculose causou a morte de 1,25 milhão de pessoas, com uma carga global da doença estimada em 10,8 milhões de casos.
Países como Índia, Indonésia, China, Filipinas e Paquistão somam 56% dos casos globais, e a doença afeta principalmente homens, representando 55% dos casos, seguidos de mulheres (33%) e crianças e adolescentes (12%).
Para o Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, “o fato, de que a TB ainda mata e adoece tantas pessoas, é um ultraje”, especialmente diante das tecnologias disponíveis para prevenção, diagnóstico e tratamento.
A tuberculose resistente a medicamentos (TB-MDR/RR) permanece um desafio crítico.
A taxa de sucesso de tratamentos atingiu 68%, mas apenas 44% dos casos foram diagnosticados e tratados em 2023.
Além disso, o financiamento global para combate à TB caiu para 26% da meta anual de US$ 22 bilhões, deixando países de baixa e média renda, que concentram 98% da carga da TB, em situação vulnerável.
O impacto financeiro da TB também foi destacado. Em países de baixa e média renda, metade dos lares afetados pela doença enfrentam custos catastróficos para cobrir o tratamento.
Além dos custos, fatores como desnutrição, infecção por HIV, uso de álcool e tabaco e diabetes contribuem para o aumento de casos, reforçando a necessidade de ações que abordem as condições sociais e econômicas dos pacientes.
A OMS enfatiza a urgência de ampliar o financiamento e fortalecer as ações contra a TB, incluindo o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos.
Dra. Tereza Kasaeva, diretora do Programa Global de Tuberculose da OMS, destaca que os marcos globais estão distantes das metas e que é essencial intensificar o apoio financeiro e a colaboração internacional para cumprir os compromissos assumidos.
Fonte: OMS
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