As enchentes no Rio Grande do Sul evidenciaram a vulnerabilidade dos serviços de saúde diante de desastres naturais.
Em Canoas, três hospitais e 19 das 27 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ficaram inundados, comprometendo gravemente o atendimento médico.
Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, relatou que a chegada de 22 profissionais da Missão Humanitária Einstein à cidade no dia 11 de maio trouxe um alívio temporário, com a realização de cerca de 2 mil atendimentos e a doação de quase 5 toneladas de insumos e medicamentos.
Após um mês de intensos esforços, a missão retornou a São Paulo.
Durante esse período, os profissionais do Einstein não apenas realizaram atendimentos, mas também reestruturaram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em um novo espaço, tornando-a operacional novamente.
Esse trabalho foi fundamental para restabelecer parte dos serviços de saúde em um momento crítico.
Sidney Klajner destacou que os desafios de saúde não terminam com o fim das enchentes.
As emergências imediatas, como atendimento de urgência, logo dão lugar a uma série de novas demandas, incluindo doenças infecciosas como leptospirose, hepatite A, dengue e COVID-19, além de síndromes gripais e pneumonias.
Aglomerados em abrigos temporários, os afetados pelas enchentes também enfrentam problemas de saúde mental, como estresse pós-traumático, e agravam condições crônicas devido à falta de acesso a tratamentos.
A tragédia no Rio Grande do Sul e outros desastres climáticos no Brasil, como no litoral norte de São Paulo e na região serrana do Rio de Janeiro, mostram a necessidade de sistemas de saúde resilientes.
Klajner enfatiza que é essencial avaliar riscos, identificar áreas vulneráveis e implementar medidas de prevenção e mitigação.
A preparação de estruturas e equipes para responder prontamente a desastres climáticos é crucial para manter as atividades essenciais de saúde funcionando eficazmente.
Sidney Klajner também ressaltou a importância da justiça climática, que reconhece que os efeitos da crise ambiental atingem de maneira desigual os diferentes segmentos da sociedade.
As populações mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas, vivendo em áreas de risco e com menos acesso a estruturas de atendimento.
Ele citou um estudo do Observatório das Metrópoles, que mostrou que as áreas mais impactadas pelas cheias no Rio Grande do Sul foram aquelas onde residem pessoas de baixa renda.
Para Klajner, é imperativo dar atenção máxima às populações mais vulneráveis para mitigar os efeitos das mudanças climáticas em suas vidas, especialmente na saúde.
Ele citou um relatório da Oxfam de 2019, que mostrou que o 1% mais rico da população mundial é responsável por 16% das emissões de CO², enquanto 66% da população pobre global gera o mesmo volume de emissões.
Dessa forma, os investimentos e responsabilidades precisam ser divididos de maneira mais justa para enfrentar essa crise de maneira eficaz.
Fonte: Estadão
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