STJ retoma julgamento sobre cobertura de planos de saúde nesta semana

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) retoma nesta quarta-feira, 8, o julgamento sobre a cobertura de planos de saúde. Os ministros da segunda seção da Corte vão definir se o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que determina as coberturas obrigatórias aos planos de saúde, é taxativo ou exemplificativo.

A análise do caso começou em setembro do ano passado e sempre dividindo opiniões. Em 2021, o ministro Luis Felipe Salomão, relator do caso, entendeu que o rol da ANS é taxativo, com o intuito de evitar que pacientes sejam submetidos a procedimentos sem respaldo científico e preservar o equilíbrio econômico do mercado de planos de saúde.

Em fevereiro deste ano, quando a votação retornaria, foi suspensa novamente após pedido de vista do Ministro Villas Bôas Cueva. Depois seria transformada em vista coletiva. Na época, a Ministra Nancy Andrighi considerou que a lista de procedimentos de cobertura obrigatória estipulada pela ANS deve ser exemplificativa e não taxativa, pois configuraria uma atuação abusiva e ilegal, que coloca o consumidor aderente em desvantagem exagerada.

A seção é composta por dez ministros e, por enquanto, segue empatada. Ainda faltam sete votos e o o presidente só vota em caso de empate.

Posicionamentos

Com a retomada da votação, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 grandes grupos de operadoras de planos de saúde do país, se manifestou a favor do rol taxativo. Nesse caso, os planos de saúde devem continuar cobrindo todas as doenças listadas na CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Nós somos favoráveis à atualização permanente do rol para beneficiar os pacientes. Mas esta incorporação, que hoje é contínua, precisa ser feita com critério, seguindo os ritos de análise da ANS, que são públicos e transparentes. O rol taxativo traz previsibilidade, segurança para o paciente, segurança jurídica para o sistema e evita que tratamentos sem comprovação de superioridade terapêutica frente as já disponíveis sejam incorporadas”, afirma Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde.

Para esclarecer o assunto, a FenaSaúde criou o site https://www.roltaxativo.com.br/. Nele é possível entender melhor o posicionamento da entidade e os motivos.

Já alguns usuários dos planos de saúde alegam que o rol de procedimentos com caráter exemplificativo é mais amplo e favorável aos beneficiários dos planos de saúde, pois entendem que a lista aponta apenas uma referência mínima.

Com informações do Metrópoles e FenaSaúde

Andreia Espirito Santo

Recent Posts

Argentina limita preço de planos de saúde após disparada

Após meses de aumentos exorbitantes nos preços dos planos de saúde na Argentina, o governo…

21 horas ago

O impacto da judicialização na saúde suplementar brasileiro

O aumento significativo da judicialização tem sido um obstáculo cada vez maior para o sistema…

22 horas ago

Saiba quais infecções podem voltar e como se prevenir delas

Ao contrário de algumas doenças que oferecem imunidade vitalícia após uma única exposição, como rubéola,…

23 horas ago

Seguradoras de saúde inovam para enfrentar desafios do setor

As seguradoras de saúde brasileiras estão adotando estratégias proativas para lidar com os crescentes custos…

2 dias ago

Enfermeiros contra empresas com IA: entenda os dois lados

Na vanguarda da inovação tecnológica, a Nvidia revelou em sua última conferência uma parceria estratégica…

2 dias ago

Walmart encerra suas 51 clínicas e serviços virtuais de saúde

O Walmart anunciou na terça-feira o fechamento de todas as suas 51 clínicas de saúde…

2 dias ago

This website uses cookies.