Belém sedia o Simpósio Amazônico de Câncer de Mama, um dos mais importantes eventos científicos sobre câncer de mama no Brasil. Alguns dos principais especialistas em câncer de mama do País estarão reunidos em Belém, como palestrantes na edição 2023 do Simpósio que foi realizado em 2018, 2019 e volta agora, após a pandemia. A realização é do Centro de Tratamento Oncológico, com apoio da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Evento para profissionais, que vão compartilhar conhecimento e trazer o que há de mais avançado em pesquisas, prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama, que é o tipo de câncer que mais afeta mulheres no mundo.
Serão 17 palestrantes vão tratar dos temas mais relevantes e atuais. 6 palestrantes são convidados de outros estados – especialistas de reconhecimento nacional e internacional. Mastologistas Ruffo Freitas Jr., Lincon Mori e Rodrigo Cericato; e os oncologistas Solange Sanches, Ana Carolina Gifoni e Markus Gifoni.
O mastologista Fábio Botelho, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – regional Pará, destaca a importância de trazer para Belém debates sobre os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. “A interação entre os profissionais locais com especialistas de fora agrega muito valor, com convidados com expressão nacional e notoriedade nas áreas em que atuam, além de fomentar a discussão científica, estimula o desenvolvimento profissional na nossa região”, avalia.
Segundo ele, a medicina saiu de uma era em que o tratamento era padronizado. “Tínhamos pacientes diferentes, doenças diferentes, que recebiam tratamento da mesma forma. Hoje, o caminho é cada vez mais a personalização, com protocolos cada vez mais individualizados e resultados mais efetivos”, conclui o mastologista.
Incidência – O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, no mundo, depois do de pele não melanoma. Eles correspondem a cerca de 24,5% dos casos novos de câncer diagnosticados a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
No Brasil, o câncer de mama continua sendo o segundo tipo com maior incidência, com 10,5% do total de diagnósticos. De 2023 a 2025, são estimados 73.610 novos casos a cada ano, contra 66 mil na estimativa anterior. No Pará, é o segundo tipo de maior incidência entre as mulheres, atrás do câncer de colo de útero (excetuando o câncer de pele não melanoma).
O diagnóstico tardio, ainda predominante no Brasil, aumenta muito a gravidade da doença e os índices de mortalidade. Em contrapartida, se o câncer de mama for diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é muito bom. As chances de cura são superiores a 90%.
As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Para o Dr. Fábio Botelho, o cuidado das mulheres com a própria saúde deve ser redobrado. “É do conhecimento de todos que a grande arma para redução da mortalidade reside no diagnóstico precoce, daí a necessidade de as mulheres se submeterem a exames de mamografia anualmente a partir dos quarenta anos”.
O Simpósio – O simpósio acontece nos dias 01 e 02 de setembro, no auditório do Centro de Tratamento Oncológico – CTO. A programação científica se concentra em seis módulos principais: – Genética e medicina de precisão, Doença Triplo Negativo, Doença Luminal, HER-2 e Oncoplastia, além da apresentação de estudos de casos.
A comissão organizadora é formada pelo mastologista Fábio Botelho, Diretor Técnico Médico do CTO e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – regional Pará; Paula Sampaio, oncologista, Diretora Clínica do CTO; e Sandro Cavallero, oncologista, Diretor Científico do Simpósio.
Destaques
O uso de drogas conjugadas a anticorpos abre os debates do simpósio.
Na aula magna, na abertura do Simpósio, o mastologista Ruffo Freitas Jr. fala sobre o desafio de diferenciar as células cancerígenas das normais na terapia medicamentosa. Essa nova classe de drogas anticâncer associa um medicamento com atividade antitumoral, como uma quimioterapia altamente potente, a um anticorpo que tem como alvo uma proteína na superfície de uma célula cancerígena. A ideia é que, ao fornecer concentrações muito mais altas de quimioterapia às células cancerígenas, o índice terapêutico seja maior. Como a carga útil do medicamento é transportada diretamente para a célula cancerígena, ela reduz os efeitos colaterais que o paciente pode experimentar.
A Medicina de Precisão também é o foco no primeiro dia de debates.
A oncologista Solange Sanches, que integra o Time de Mama do A. C. Camargo Cancer Center, falará sobre “Recomendações atuais dos principais guidelines para testagem genética em mulheres com câncer de mama”. Algumas mulheres terão risco mais elevado para câncer de mama durante sua vida. Dentre os fatores de risco, as mutações genéticas despontam com destaque, pois trazem, em geral, risco muito elevado e são mensuráveis. Apenas cerca de 10% de todos os casos são devido a mutações genéticas. Entretanto, quando identificadas, podem ter importante papel no planejamento cirúrgico, radioterápico e sistêmico da doença, além do seguimento após finalizado tratamento. O debate é sobre a relevância de todas as mulheres com câncer de mama fazerem ou não teste genético, e como isso pode impactar na eficácia dos tratamentos.
Algoritmos de tratamento nos tumores na doença HER2 Metastática é o tema abordado pela oncologista Ana Carolina Gifoni, no segundo dia do evento.
Também serão discutidos os fluxogramas cada vez mais detalhados, que definem os protocolos de tratamento que devem ser adotados em cada paciente. A definição desses algoritmos é importante para a personalização desses tratamentos.
No módulo sobre Oncoplastia, também no segundo dia do simpósio, o mastologista Rodrigo Cericato abordará técnicas como a reconstrução mamária com implantes e a lipoenxertia, com a utilização de técnicas da cirurgia plástica aplicadas às pacientes oncológicas, favorecendo a qualidade de vida e a autoestima da mulher que passa por esses procedimentos.
O simpósio encerrará com os Highlights do ano, quando serão reunidos e apresentados os principais avanços na abordagem do câncer de mama no último ano. O objetivo é aprofundar o conhecimento sobre trabalhos científicos considerados modificadores de condutas no tratamento da doença.
*Com informações da Assessoria de Imprensa
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