A Aliança Global para Acabar com a AIDS em Crianças até 2030 divulgou um novo relatório na segunda-feira, destacando a necessidade urgente de ampliação dos serviços de HIV nos países mais afetados pela pandemia.
A iniciativa, lançada em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), inclui 12 países africanos.
O relatório, intitulado “Transformando a Visão em Realidade”, destaca o progresso significativo na prevenção de infecções por HIV entre crianças de 0 a 14 anos desde 2000.
Programas focados na transmissão vertical do HIV – da mãe para o filho – evitaram quatro milhões de infecções nessa faixa etária.
Muitos países da Aliança Global alcançaram uma cobertura significativa de terapia antirretroviral vitalícia entre mulheres grávidas e lactantes HIV-positivas. Uganda, por exemplo, se aproxima de uma cobertura de 100%.
Apesar dos avanços, o relatório aponta que o mundo e os países da Aliança Global não estão no caminho certo para atingir as metas relacionadas ao HIV para crianças e adolescentes.
A Diretora Executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, destacou a importância de intensificar os esforços:
“Com os medicamentos e a ciência disponíveis hoje, podemos garantir que todos os bebês nasçam – e permaneçam – livres do HIV, e que todas as crianças que vivem com HIV recebam e permaneçam em tratamento”.
Desigualdades de gênero e violações de direitos humanos continuam a aumentar a vulnerabilidade das mulheres ao HIV, dificultando o acesso aos serviços necessários.
A lacuna de tratamento entre adultos e crianças é preocupante: apenas 57% das crianças que vivem com HIV recebem tratamento, comparado a 77% dos adultos.
“Sem testes e tratamentos precoces e eficazes, o HIV continua sendo uma ameaça persistente à saúde e ao bem-estar de crianças e adolescentes, colocando-os em risco de morte”, afirmou Anurita Bains, Diretora Associada do UNICEF para HIV/AIDS.
A Aliança Global foi estabelecida para revigorar a agenda pediátrica do HIV, reunindo agências das Nações Unidas, movimentos da sociedade civil, governos nacionais e parceiros internacionais.
Países como Angola, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Quênia, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue são membros da Aliança e estão trabalhando para superar as barreiras e acelerar o progresso em direção ao fim da AIDS em crianças.
O relatório deixa claro que, para alcançar a meta de acabar com a AIDS em crianças até 2030, é fundamental que os serviços de HIV sejam ampliados imediatamente, garantindo acesso a todas as crianças afetadas.
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