A sepse, uma disfunção orgânica que ocorre devido a uma resposta imune desregulada a uma infecção, afeta de 20 a 30 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano.
Essa condição é uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando doenças como infarto do miocárdio e câncer, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
No Brasil, estima-se que 430 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente, ocupando aproximadamente 30% dos leitos de UTIs no país.
Para promover o conhecimento e o diagnóstico precoce da sepse, o Hospital Ophir Loyola (HOL) organizou um evento científico em alusão ao Dia Mundial da Sepse, celebrado no dia 13 de setembro.
O evento reuniu especialistas da área de saúde para discutir estratégias de enfrentamento dessa condição, que muitas vezes é negligenciada.
Durante o evento, o coordenador de Ensino do HOL, professor doutor Rommel Burbano, destacou os desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, quando houve um aumento significativo dos casos de sepse no Brasil.
Segundo ele, é essencial que a população seja orientada sobre as medidas profiláticas e as novas metodologias de diagnóstico em desenvolvimento.
Entre as tecnologias em fase de estudo no HOL, está o teste de biópsia líquida que utiliza moléculas de microRNA presentes nas plaquetas.
“Quando um microrganismo acomete um hospedeiro, as plaquetas são as primeiras células modificadas, passando de um estado de hemostasia para a ativação do coágulo sanguíneo. Essa mudança afeta a fisiologia das plaquetas e altera os microRNAs presentes nelas, possibilitando a detecção precoce da sepse”, explicou Burbano.
Outra inovação apresentada durante o evento foi a utilização de testes de biologia molecular para detecção rápida de microrganismos, conforme explicado pela cientista dra. Carla Sant’Anna.
Esses testes, também baseados na biópsia líquida, buscam identificar os microrganismos mais comuns que afetam os pacientes da região.
A iniciativa pretende reduzir a alta taxa de mortalidade por sepse no Brasil, que atinge 60%, muito acima dos índices da Europa (32%) e dos Estados Unidos (28%).
A dra. Sant’Anna ressaltou que a tecnologia desenvolvida no HOL é 100% brasileira e já está em fase experimental.
A expectativa é que, até o final de 2025, a tecnologia seja transferida para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, assim, esteja disponível em hospitais de todo o país. “Essa inovação é um passo importante na luta contra a sepse e pode salvar muitas vidas”, concluiu.
As discussões e as inovações apresentadas durante o evento do Hospital Ophir Loyola trazem esperança para a redução da mortalidade causada pela sepse.
Com o avanço de tecnologias como a biópsia líquida e a biologia molecular, a expectativa é que o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz se tornem uma realidade acessível para a população brasileira.
As parcerias entre o HOL, o Ministério da Saúde, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) são fundamentais para a viabilização dessas inovações no combate à sepse.
A conscientização sobre a gravidade da sepse e a importância de identificar a condição antes que ela se agrave são passos cruciais para enfrentar esse desafio de saúde pública.
Fonte: Agência Pará
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