A resistência antimicrobiana (RAM) é um dos maiores desafios para a saúde global, causando diretamente 1,3 milhão de mortes por ano e contribuindo para outros cinco milhões de fatalidades.
Esse fenômeno ocorre quando microrganismos, como bactérias e vírus, tornam-se resistentes aos medicamentos antes eficazes, como antibióticos.
As consequências são infecções mais difíceis de tratar, hospitalizações prolongadas e, em muitos casos, perda de vidas.
O uso incorreto e excessivo de antimicrobianos é um dos principais fatores por trás do aumento da RAM.
A prescrição inadequada de antibióticos para infecções virais, o uso excessivo desses medicamentos na agricultura e a falta de controle de infecções em ambientes hospitalares contribuem para o desenvolvimento de cepas resistentes.
Além disso, a crescente movimentação global facilita a disseminação dessas cepas por diferentes países e regiões.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a RAM é uma ameaça comparável à pandemia da COVID-19.
O impacto humano e econômico é devastador, principalmente em países de baixa e média renda, onde o acesso a tratamentos adequados pode ser mais limitado.
Estima-se que a resistência antimicrobiana possa gerar um custo global de até US$ 3,4 trilhões anuais até 2030, empurrando milhões para a pobreza extrema até 2050.
A boa notícia é que a RAM é completamente evitável. Medidas simples, como melhorar a higiene e o saneamento, garantir o uso adequado de antimicrobianos e promover a vacinação, podem reduzir drasticamente a incidência de infecções resistentes.
O fortalecimento dos sistemas de saúde, por meio da cobertura universal e de programas de prevenção de infecções, também desempenha um papel fundamental.
Em 2015, parceiros internacionais lançaram um Plano de Ação Global para combater a RAM, com foco na conscientização pública, no uso responsável de medicamentos e na pesquisa de novas alternativas.
A OMS também está monitorando de perto a situação, atualizando regularmente listas de microrganismos mais ameaçadores.
“A resistência antimicrobiana está corroendo os avanços da medicina moderna”, alerta a Dra. Yukiko Nakatani, Diretora-Geral Assistente da OMS.
Embora a resistência antimicrobiana seja uma ameaça grave, há maneiras de combatê-la.
O compromisso internacional com o uso racional de medicamentos e a melhoria das condições de saúde pública são passos fundamentais para garantir um futuro mais seguro.
Fonte: ONU
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